Wiki Toaru Majutsu no Index
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Capítulo 1

O mago chega à cidade

JUSTO,_Ocasionalmente,_GAROTA.





Parte 1

Nascido entre 20 de Janeiro e 18 de fevereiro, você é imbatível, aquário, não importa como, seja amor, sejam negócios ou na sorte! Não importa o que você faça, sempre terá um bom resultado, então vá comprar um ticket de loteria! Porém, não vá jogar jogos 3-D ou 4-D só porque você é popular com garotas, e...

"Ok, ok... Eu sabia que esse seria o resultado, eu sabia."

20 de julho, o primeiro dia das férias de verão.

Dentro de um dormitório de uma única sala na "Cidade Acadêmica", onde o ar condicionado está detonado, ar quente abafa todo o espaço fechado, deixando Kamijou Touma sem poder fazer nada. O motivo parece ser por causa de um bombardeio de raios que destruiu mais do que 80% dos dispositivos eletrônicos na cidade, incluindo a geladeira onde ele guardava toda sua comida. Ele queria comer uma tigela inteira de miojo, apenas tendo que jogar os ingredientes em uma vasilha. Certo, então ele devia sair para comer então. Mas enquanto ele estava procurando por sua carteira, ele pisou em seu cartão ATM, quebrando ele. Ele queria continuar dormindo, só pra receber uma ligação carinhosa de sua professora, e ouvir "Kamijou estúpido, é hora de lições médicas”.

Ele sabia que o horóscopo que deslizou na borda da televisão, acompanhando a previsão do tempo, não era preciso. Mas ninguém poderia rir com essa gigante diferença.

"Eu sabia disso, eu sabia que esse devia ser o resultado... Mas eu não posso me lamentar dele...?"

O horóscopo é totalmente impreciso. Ele não pode pegar nenhum efeito da "pequena mágica"; Essa é vida diária de Kamijou Touma. No começo, ele pensava que era má sorte na família, apenas depois foi descobrir que seu pai conseguiu o quadragésimo prêmio em uma loteria (Em torno de 100.000 Ienes). Sua mãe também ganhou continuamente nas máquinas de prêmios, e acabou jogando nelas sem parar. Ele também suspeitou que ele não fosse do mesmo sangue deles, mas depois de pensar sobre isso um pouco mais, ele se lembrou de que não tinha nenhuma irmã, e não há nenhuma "linha de sucessão" pra se escolher. Como eles iriam lidar com isso?

De qualquer modo, Kamijou Touma é azarado.

Tão azarado que sua vida é uma total piada.

Porém, Kamijou Touma não iria ser pessimista para sempre.

Kamijou nunca, nunca se baseou em sorte, o que o fazia extremamente adaptável.

"Certo. Agora preciso cuidar do cartão ATM e da geladeira."

Kamijou coçava a cabeça enquanto olhava ao redor da sala. Ele podia substituir o cartão contanto que ele tivesse uma conta, mas o mais trabalhoso era a geladeira. Porém, o problema mais extenso era; como ele iria tomar o café da manhã? Além disso, essas aulas extras são 3




apenas programas de desenvolvimento, então ele seria obrigado a comer alguns tabletes ou produtos desconhecidos; isso não vai fazê-lo se sentir bem quando está com fome.

Eu poderia bem ir pra uma loja de conveniências e comprar algo. Kamijou pensava enquanto tirava a camiseta que ele estava usando como pijama, e colocou seu uniforme de verão. Como todos os estudantes retardados no país, Kamijou passou a noite inteira festando como se estivesse drogado enquanto recebia o primeiro dia de férias de verão, e bem agora, sua cabeça doía devido à falta de sono.

"Esquecendo quatro meses de lições de um ano letivo inteiro, e eu só preciso de uma semana de lições médicas pra ficar melhor, isso vale a pena!" Kamijou tentava pensar positivamente.

"O tempo está tão bom, bem que eu poderia deixar meu futon1 ao ar livre..." Kamijou murmurava consigo mesmo enquanto reunia um bom humor, e abriu a porta que dava para a sacada. Se ele deixar o futon exposto ao sol agora, ele estaria macio e confortável quando ele voltasse do médico.

1 Futon se refere a cama japonesa)

Porém, olhando cuidadosamente, o muro do bloco vizinho estava apenas dois metros longe de sua varanda no sétimo andar.

"Por que o céu é tão azul-? Por que o futuro é tão escuro?" Kamijou não conseguia evitar cantar pra si mesmo.

Tão depressivo. No começo ele queria se alegrar assim que decidiu deixar o futon circulando ao ar livre. Porém, isso só o fazia ficar mais deprimido.

Além disso, ele era o único fazendo piadas; Não havia uma pessoa normal por trás dele. Essa solidão era totalmente incompreensível. Porém, Kamijou continuou dobrando seu futon e levando pra fora. Se ele não pudesse nem levar um futon pra fora, ele estaria mesmo perdido.

Na hora, Kamijou, de repente, pisou em algo macio e mole. Olhando de perto, ele percebeu que era um pão de yakisoba dentro de um plástico. Desde que foi tirado da geladeira, já deveria estar estragado.

"Espero que não comece a chover assim do nada...”.

Essa má premonição saiu do seu coração, enquanto Kamijou ainda levava o futon para a varanda.

Na hora, Kamijou viu que já tinha um futon na varanda.

“?”

Embora fosse um dormitório de estudante, a estrutura era similar a de um apartamento normal. Kamijou estava vivendo em uma sala única, o que significa que não podia ter mais ninguém que colocasse o futon ali. 4




Olhando com calma, ele percebeu que a coisa pendurada ali não era um futon. Era uma garota vestida com roupas brancas.

"AH?!"

O futon caiu de suas mãos em direção ao chão.

Isso é doido e totalmente ridículo.

A garota parecia estar em coma pela forma que a sua cintura estava solta na varanda, seu corpo dobrado em duas partes, e seus membros estavam caídos.

Ela parecia... Quem sabe tinha 14 ou 15 anos? Bom, ela parecia mais nova que Kamijou por um ou dois anos. Ela parecia ser uma estrangeira, e não só sua pele era extremamente branca como também era o seu cabelo... Não, é prata. É extremamente longo, e da maneira que a parte de cima de seu corpo estava dobrada, estava cobrindo sua cabeça, então ele não podia ver o rosto dela. Se ela ficasse de pé, o cabelo talvez fosse longo o suficiente pra alcançar a cintura, não?

"Wa, essa é a primeira vez que eu me encontro com uma freira de verdade... não, não me refiro a uma freira nova."

Qual é o nome dessa roupa? Túnica? Bom, essas são roupas que as freiras devem usar. Se parece com um vestido ocidental de uma peça única que é longo o suficiente pra alcançar os tornozelos, mas o cabelo é diferente; está embrulhado em um tecido. Uma túnica normal de uma freira deveria ser preta, ainda que essa garota fosse totalmente branca. O material usado para fazer isso deve ser seda, mas essas vestes parecem muito diferentes de uma freira normal. Há ouro bordado com costura em cada canto da túnica.

Os belos dedos da garota se moveram de repente.

Sua cabeça caída lentamente se ergue. Seu cabelo preso se move para os lados naturalmente, e, como uma cortina sendo aberta, o rosto da garota apareceu na frente de Kamijou.

Uuu... AAAUUU!!!

Aquela garota parecia muito bonita. Olhos verdes combinavam com a cor de sua pele, o que fazia Kamijou pensar que isso era novo pra ele. Ela se parecia como uma boneca.

Porém, o que fez Kamijou entrar em pânico não era sua beleza.

O motivo pelo qual ela era uma "estrangeira". O inglês de Kamijou é exatamente como o seu professor criticou dizendo "Você deve ficar nesse país pra sempre!". Se ela fosse uma vendedora de qualquer país que fosse não importaria se ela estivesse vendendo penas ou qualquer outra coisa, era provável que Kamijou iria gastar algum dinheiro.

"Eu..."

A garota e os seus lábios um pouco secos diziam algumas palavras.

Kamijou, desatentamente, pisou novamente no sanduíche de yakisoba enquanto dava dois passos para trás. 5




"Estou com fome."

"..."

Por um momento, Kamijou pensou que ele era estúpido demais pra ouvir essa estrangeira falando em japonês. É como um estudante bobão aleatoriamente cantando quando ele não sabe a letra.

"Estou com fome."

"..."

"Eu disse... Estou com fome."

"..."

Vendo Kamijou não esboçar qualquer reação, a garota de cabelo prateado parece mostrar sua insatisfação.

Isso é impossível, completamente impossível. O que o faz pensar que ela está falando japonês?

"Ahh... Mmm..." Kamijou encarava a garota na grade e dizia "O que mais? Você está tentando dizer que sob essas circunstâncias, você é uma pessoa morrendo, mentindo nas ruas?”.

"Poderia ser classificado como morrer de fome."

"..."

Essa garota era mesmo fluente em japonês.

"Ei, eu ficaria grata se você pudesse me dar algo pra comer."

Kamijou olhou para o pão estragado e pisado no seu pé.

Ele decidiu que não importasse de onde essa garota fosse ele não deveria se envolver com ela. Kamijou pensou descontroladamente "Por que eu não a ajudo a achar felicidade em um lugar muito, muito longe?". Ele levou o amassado pão de yakisoba perto da boca da garota, sem tirar o protetor plástico. Kamijou pensou "Depois de cheirar isso, até um doido iria correr pra muito longe, não?". Como em Kyoto, se o dono da casa põe chá no arroz, ele quer dizer pro visitante ir embora—

"Obrigado. Vou mandar pra dentro."

O pão, o plástico e a mão de Kamijou também.

Assim, com um choro de azar, Kamijou Touma começa um novo dia em sua vida... 6




Parte 2

"Primeiro, deixe-me apresentar”.

"... Por que você não explica porque você estava se pendurando na minha sacada--?"

"Meu nome é Indekkusu"

"Como se alguém fosse acreditar que esse nome é de verdade! Que 'Indekkusu'? Eu poderia te chamar de Index, não?"

"Como pode ver, eu sou uma sacerdotisa. Ah, isso é importante: Eu não sou do Vaticano, mas sim dos Puritanos Britânicos”.

"Não faço ideia do que você está falando. Além disso, não se desvie da minha pergunta!"

"Hm... Em relação à Index, é um pouco difícil de explicar. Ah, meu nome mágico é Dedicatus 545”.

"Oi? Olá, olá? Posso saber de qual planeta eu estou recebendo esse canal?"

Vendo Kamijou coçar suas orelhas tão indiferentemente, Index morde suas unhas. Parece que morder as unhas é um hábito dela.

Por que eu tenho que ficar nessa mesa de vidro e olhar pra ela como se nós estivéssemos num encontro às cegas? Pensava Kamijou.

Bem agora, Kamijou devia estar se preparando pra seguir para a escola e participar do reforço, mas ele não quer deixar essa garota misteriosa em seu quarto.

E o pior é que essa garota de cabelo prateado que se chama de Index parece ter gostado do seu quarto, parecendo que ela queria rolar no chão.

Talvez esse seja um dos "azares" que Kamijou atrai? Se for, isso não é bom. 7 8




"Então, se você puder fazer Index se sentir cheia, eu ficaria extremamente agradecida"

"Por que eu devo fazer isso? Qual é o motivo para eu aprimorar sua visão de mim? Se eu tiver que começar algo estranho e entrar na "rota da Index", eu deveria recomeçar!”.

"Erm... é uma forma comum de falar? Desculpe, acho que não sei o que você está falando”.

Era esperado de um estrangeiro não conhecer a cultura otaku japonesa.

"Mas se você vai me mandar embora, eu irei desmaiar após dar três passos, não?" A garota perguntou.

"Você vai desmaiar...? Então não é da minha conta."

"Nessa hora, eu usaria meu último suspiro para escrever uma anotação de suicídio, incluindo uma foto sua”.

"Que...?"

"Se eu fui salva, eu poderia dizer que fui trancada nessa sala, e torturada demais... Eu posso até dizer que você me obrigou a vestir essa roupa"

"VOCÊ OUSA ME AMEAÇAR?! VOCÊ JÁ SABIA DA CULTURA OTAKU APESAR DISSO!"

"?"

Index trava sua mente, olhando com cara de confusa. Ela se parece com um gatinho que viu um espelho pela primeira vez.

Eu tenho que ajudá-la. Por que eu me sinto como se eu fosse o único que está ficando com dor no estômago?

Espere! Você quer comer, certo?! - Kamijou assoprava irritado na cozinha. A comida dentro da geladeira estragou então ele poderia encher a boca dela com isso. Não machucaria Kamijou nem um pouco. Assim, Kamijou coloca a comida restante na frigideira, e frita elas como vegetais. Se ele esquenta-la, pelo menos ninguém iria morrer certo?

Voltando a pensar, de onde essa garota veio?

Apesar de que existem estrangeiros na cidade acadêmica, essa garota não tem a "aura" que um cidadão aqui teria. Mas se ela é de fora, então isso também é estranho.

Embora Cidade Acadêmica signifique "Uma cidade de centenas de escolas concentradas aqui", se parece mais com "Uma cidade com centenas de dormitórios de estudantes". Tem um terço do tamanho da ilha onde fica Tóquio, e o perímetro é cercado por muros que são parecidos com a Grande Muralha da China. Embora não fosse tão fechada quanto uma prisão, não era fácil assim de entrar também.

Parece não ter nada controlando o que for que entra ou sai, mas a Universidade Industrial lançou três satélites que monitoram a Cidade Acadêmica todo o tempo aparentando ser um experimento. Qualquer pessoa que se movenvia pela cidade poderia ser seguida e 9




investigada. Se os satélites encontrarem alguém que não se encontre em seus registros, os "anti-skills" e membros do julgamento de todas as escolas seriam mobilizados...

Talvez seja porque aquela garota elétrica fez uma chuva de raios acima daqui que os satélites não a descobriram? Kamijou se perguntava.

"Ah sim, porque você estava se pendurando nas grades da minha sacada?"

Kamijou pergunta enquanto coloca o molho de soja naquela maligna frigideira de comida.

"Eu não estava me pendurando ali."

"Então o que? Não me diga que você foi carregada pelo vento e pousou ali."

“... A situação era algo similar."

Kamijou, que só estava brincando, instantaneamente vira sua cabeça e encara a garota.

"Eu queria pular da sacada daquele prédio para a sacada desse, mas eu caí."

Sacada? Kamijou olha para o teto.

Essa é uma pequena parte do conjunto de dormitórios dos estudantes, os arranha-céus de oito andares estavam ordenados juntamente. Só de olhar para a sacada, qualquer um poderia dizer que a distância entre os telhados é só de uns dois metros. Não é impossível dar um pulo longo entre um telhado e o outro, mas...

"Você esta falando sério? O telhado está a oito andares de altura! Você pode morrer se não for cuidadosa!"

"Hm, um suicida não pode nem ter uma lápide."

Index dá uma resposta perplexa, e continua.

"Mas não tinha jeito; Eu tive que fazer isso pra escapar."

"Es... Escapar?" Ouvindo essa palavra que tem um significado perigoso por trás, Kamijou se irrita. Mas Index solta um infantil "Nn" e continua.

"Alguém está tentando me matar."

"..."

A mão movendo a frigideira parou.

"Atualmente, eu poderia ter pulado sobre isso, mas alguém me atingiu nas costas quando eu estava na metade do pulo."

A garota que chama a si mesma de Index parece estar sorrindo.

"Então, eu cai e parei na grade da sua sacada. Desculpe-me." 10




Mesmo se ela não estivesse brincando ou sendo irônica, ela estava dando um sorriso sincero para Kamijou.

"Atingiu...?"

"Hm? Ah, não ligue para meus ferimentos. Essa roupa tem um efeito defensivo em volta dela."

"O que é um efeito defensivo? Um colete a prova de balas?"

A garota roda como se estivesse se exibindo por comprar roupas novas. Ela não parece machucada. Mas ela foi realmente "atingida"? Se essa fosse à imaginação dela, a confiança poderia ser bem maior.

Porém...

Uma coisa que ele acredita é que ela estava se agarrando as grades da varanda do sétimo andar de Kamijou.

Se fosse isso, a história da garota poderia ser verdade?

"Quem" a atacou?

Kamijou começa a se questionar.

Quanta coragem é necessária pra pular do telhado de um prédio de oito andares para outro? Quanta sorte ela teve para se segurar em uma sacada do sétimo andar? O que isso significa quando ela está totalmente ilesa?

"Porque alguém está tentando me matar."

Index diz isso enquanto estava sorrindo. Quão complicada é a história por trás do sorriso dela?

Kamijou estava completamente esquecido sobre o que Index estava por trás, então ele não entendeu as palavras dela completamente. E mesmo que Index começasse a explicar tudo pra ele desde o começo, ele não entenderia nem metade disso, e nem se preocuparia em tentar entender a outra metade.

Mas ele entendeu algo.

Entendeu que ela estava se segurando as grades de uma varanda do sétimo andar. Ela está segurando os hashis em seus dedos. Parece que ela não sabe usar hashis mesmo que ela saiba falar japonês bem fluentemente.

Ela observa, alegre, a frigideira fritando. Essa expressão é exatamente igual à de um gato que fosse carregado pra fora de um papelão em um dia chuvoso.

"... Ah..."

O que está fritando na frigideira é comida que não é nada diferente de lixo, "vegetais fritos" (Com veneno neles). 11




Olhando para essa garota faminta, Kamijou pode sentir seu lado bom interior (Que parece estar lado a lado com seu lado mal interior) lutando dolorosamente.

"Ah... Eh... Eu... Eu queria dizer. Como você está tão faminta, por favor, não coma uma comida assim, que são as sobras da refeição de garotos. Por que você não vai a um restaurante de família? Ou talvez possamos encomendar uma entrega?"

"Eu não posso esperar."

"Ah... mm..."

"E também não parece ruim. Isso é algo que você está fazendo sem esperar nada em troca, então deve ser bom."

Nesse momento, Index realmente se parece com uma freira, dando um sorriso radiante.

Ignorando completamente Kamijou, que está com o estômago agitado, Index aperta seu dedo, e retira a comida da frigideira com seus hashis.

Mastigando.

"Viu, não parece tão ruim."

"É me... É mesmo?"

Mastigando.

"Você é um tanto considerável, fazendo a comida azeda para me livrar de minha fadiga, certo?"

"Eh? Eh... sou... sou?"

Mastigando.

Não se preocupe, eu me atrevo a comer comida azeda. “Obrigado; você é como meu irmão mais velho.”

Com um sorriso radiante, Index continua a comer, com alguns brotos de feijão em seu rosto.

"... Wo...UUU... WOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!"

Kamijou rapidamente levanta a frigideira com uma velocidade supersônica. Ele olha pra Index, que estava insatisfeita, era o que ele pensava. "Eu irei pro inferno.”

"Você também está com fome?"

"... Ah?"

"Se você não está com fome, pode dar esses vegetais pra mim? Eu mal posso esperar...”.

Index olha pra Kamijou, sua boca mordia a ponta dos hashis. Olhando Index assim, Kamijou se determinou. 12




Essa é a vontade de Deus. Ele tinha que acabar o que começou.

Dessa vez não era um caso de azar; era seu próprio erro.




Parte 3

Kamijou Touma coloca o "lixo" quente em sua boca, revelando um sorriso.

Porém, a garota que se chama de Index revela uma expressão infeliz enquanto ela morde os biscoitos. Segurar os biscoitos com as duas mãos e dar pequenas mordidas neles parecendo um esquilo.

"... Ah, sim, você disse que alguém está tentando te matar. Quem é?"

Kamijou, que finalmente fez o caminho de volta do inferno com muita dificuldade, imediatamente pergunta a questão mais importante.

Claro, Kamijou não vai suar a camisa por essa garota que ele conheceu faz apenas 30 minutos, mas ele não pode se comportar como um total desinformado agora.

Apenas tentarei parecer ser bom - Kamijou pensou. Apesar de que ele não podia ajudar ela a resolver nada, pelo menos ele poderia dizer "Eu tentei meu melhor".

"Mm..."

A garota fala com uma voz um pouco seca.

"Eu não sei. Talvez a "Cruz Rosário" ou "Akatsuki". Embora eu possa pensar que eles são dessas duas organizações, eu não sei seus nomes... E nomes são sem sentido para eles."

"'Eles'?"

Kamijou repete isso de uma maneira confusa. O oponente é uma organização? Um grupo?

Mas Index, que era a perseguida, estava um tanto calma; após dar um 'Mm' pra confirmar isso, ela diz:

"Elas são sociedades mágicas."

...

"É? Mágica...? Erm... o que é esse artifício? Eu ouvi errado?"

"Ah... é...? Erm... Meu japonês é estranho? Eu quis dizer MÁGICA! MÁGICA CABAL!"

"..."

Agora que ela estava explicando em inglês, Kamijou estava bem mais perplexo.

"O que é isso? Você está falando de alguma nova organização que usa umas religiões novas e misteriosas para pregar para os outros, dizendo 'Aqueles que não acreditarem irão sofrer a ira Deus', e forçar eles a ingerir alguns remédios estranhos antes de fazer lavagem cerebral neles? Isso parece perigoso."

"...De alguma maneira, acho que você está brincando comigo."

"Uh..." 14




"... Você está brincando comigo, certo?"

"... Desculpe, mas isso é impossível. Eu não posso, realmente, acreditar na existência de mágica. Eu sou familiar com 'poderes doidos' como ignição ou ver pelos olhos, mas mágica... Eu não posso mesmo acreditar nisso."

"...?"

Index trava sua cabeça e reflete. Se ele fosse uma pessoa comum, que acreditasse fortemente que a ciência fosse capaz de resolver tudo, ele deveria estar gritando "NÃO HÁ NADA NESSE MUNDO QUE A CIÊNCIA NÃO POSSA PROVAR!!"

Porém, a mão direita de Kamijou realmente tinha certa "habilidade especial".

Enquanto ele tivesse essa "habilidade especial" anormal chamada de "Imagine Breaker", mesmo os milagres que aparecem na mitologia seriam apagados.

Poderes sobrenaturais dentro dessa cidade são um tanto comuns. Por injetar drogas nas veias, deixar a eletricidade fluir pelo pescoço, e ouvir algum ritmo especial de uns headsets, qualquer cérebro pode se "desenvolver".

"Eu não entendo mesmo do que você está falando."

"Você não tem que entender! Com tudo isso, não há dúvidas que poderes sobrenaturais sejam reais!"

"Então por que não mágica...? Não há dúvidas que mágica é real também!"

Index o olha extremamente triste. Esse tipo de olhar é como se alguém criticasse o bicho de estimação de outra pessoa por ser um gato vira-lata.

"Eh... deixe me dizer isso. Você conhece janken?2 Eh, espere, essa é uma cultura global, certo?"

2 Equivalente japonês do "Jo-ken-po".

"... Isso deve ser algum equivalente da cultura Japonesa, mas eu conheço sim."

"Se eu perdesse dez vezes das dez rodadas de janken, você sentiria que haveria um motivo?"

"... Wu..."

"Não há motivo, certo? Mas humanos iriam acreditar que há uma força trabalhando!"

Kamijou diz isso em um tom desinteressado.

"Qualquer pessoa comum iria pensar 'Por que eu sou tão azarado? ' e perguntaria se existiria alguma força invisível atuando em volta. Quando alguém pensa assim e mistura com 'astrologia', o que deveria acontecer?"

"... Tipo ‘Você é de câncer, e você está muito azarado agora, então é melhor não jogar' ou algo assim, certo?" 15




"Todos esses 'mágicos, misteriosos poderes' que ocorrem em volta de nós são desenvolvidos assim. Humanos imaginam que existe alguma força invisível que dita a sorte deles, e irão acreditar que qualquer coisa insignificante é totalmente trabalho do destino; isso é mágica."

Index junta seus lábios como um gato infeliz. Após um tempo, ela diz,

"... Parece que você tem um motivo pra não acreditar em mágica. "

"Uhum. Mas porque eu pensei sobre isso, eu não pude acreditar nessas palavras ridículas. Quem poderia acreditar na existência desses mágicos que aparecem em contos de fadas? Se você pode gastar algumas poções mágicas para reviver uma pessoa morta, quem é que iria querer desenvolver poderes? Como eu deveria acreditar nessa 'mágica' que não tem nenhuma evidência científica por trás dela?"

Assim como esses que não acreditam na existência de poderes "sobrenaturais", eles são apenas tolos.

Na Cidade Acadêmica, "poderes sobrenaturais" são de conhecimento comum a todos, e eles podem ser explicados pela ciência.

"... Mas realmente existe mágica!"

Index junta seus lábios novamente. Talvez "mágica" seja como um pilar espiritual para ela, assim como o "Imagine Breaker" é para Kamijou.

"Tudo bem, como quiser. Então por que eles estavam te perseguindo--"

"Mágica realmente existe!"

"..."

"Mágica realmente existe!"

Parece que ela quer que Kamijou admita isso, não importa como.

"Tudo bem, então me diga: O que é mágica? Você pode atirar uma bola de fogo de sua mão? Mesmo não entrando em nossas lições de superpoderes, você pode atirar uma bola de fogo? Tente fazer isso na minha frente, então eu talvez acredite nisso."

"Eu não tenho maná, então eu não posso usar mágica."

"..."

O que é tão diferente entre dizer isso e ser um farsante usuário de poder que diz "A câmera vai me atrapalhar, então eu não posso dobrar a colher"?

De qualquer modo, a lógica de Kamijou também era complicada. Apesar de que ele disse que não existia algo parecido ou similar com mágica, Kamijou não entende mais completamente do que a habilidade de sua mão direita, o "Imagine Breaker". Como ele faz isso? O que é essa força no espaço invisível? Mesmo a Cidade Acadêmica, que é a maior autoridade no desenvolvimento de poderes ESPer, não pode analisar a "habilidade" apenas por um simples teste corporal; é por isso que ele é etiquetado como um ESPer "nível 0". 16




E ele não conseguiu seu poder pelo programa de desenvolvimento científico; pelo contrário, é uma habilidade própria de sua mão direita.

...Mas ele não pode simplesmente chegar a uma conclusão sem base do tipo "Desde que exista uma força inexplicável no mundo, talvez mágica realmente exista" assim.

"... Mágica existe!"

Kamijou suspira.

"Tudo bem, vou assumir que a mágica existe."

"Assumir?"

"Sim, vamos assumir que a mágica existe."

Kamijou ignora a interrupção de Index e continua.

"Então por que você esteve sendo perseguida por essas pessoas? Tem algo em relação com suas roupas?"

Kamijou estava se referindo a túnica de freira feita de seda ultraluxuosa, de branco puro e bordada a ouro. Em outras palavras, ele estava perguntando-se, "Isso envolve religião?"

"... Porque eu sou um índice."

"Que?"

"Eu acredito que eles estão atrás dos 103 mil grimórios que eu tenho."

"..."

"... Por que eu estou ficando ainda mais confuso agora?"

"Por que parece que você não quer se importar comigo conforme eu explico? Você é um tanto impaciente, huh?"

"Tudo bem, vou simplificar. Eu não sei pra que servem esses 'grimórios', mas eles são livros, certo? Igual um dicionário?"

"Mm. 'O livro de Eibon', 'Lemegeton', 'O livro sem nome', 'O ritual de canibalismo', 'O livro da morte'... esses são os representantes. O Necronomicon é muito famoso, e existe um monte de imitações por ai, então esse não é muito notável."

"Hum... Eu não ligo pro conteúdo dos livros...”.

Kamijou quis dizer "Eles não fazem sentido de qualquer maneira", mas forçou-se a engolir essas palavras.

"Você disse que você tem cem mil; onde estão guardados?"

Em qualquer caso, ele tinha que deixar isso ficar claro. Cem mil livros podem lotar uma biblioteca inteira. 17




"Você quer dizer que você tem uma chave pra um grande depósito?"

"Não."

Index balança a cabeça e diz,

"Eu tenho todos os 103.000 livros."

...Que? Kamijou olha sério.

"... Você não vai me dizer que pessoas burras não podem ver esses livros, vai?"

"Mesmo se não fossem burras, as pessoas não podem vê-los! Não faria sentido algum se as pessoas os pudessem ver."

Cada palavra que Index dizia parecia soar bastante complicada; ele se sentia como se estivessem brincado com ele. Kamijou olha pra esquerda e direita. Que "Necronomicon"? Ele só consegue ver revistas de jogos, mangas que estão jogados pelo chão, e a tarefa de verão que foi jogada em algum canto dessa sala.

*... Suspiro...*

Kamijou, que estava suportando isso o tempo todo, finalmente não consegue mais aguentar.

Talvez esse cenário de "alguém está me perseguindo" fosse apenas a imaginação fértil dela. Se fosse assim, e ela realmente tivesse pulado do oitavo andar, falhado, e caído nas grades da varanda... Bom, seria melhor não se envolver com ela.

"... Não é estranho que você acredite em poderes sobrenaturais, mas não em mágica?"

Index curva seus lábios enquanto ela fala desagradavelmente.

"E o que tem demais com poderes sobrenaturais? Você não deveria olhar torto pros outros mesmo se você tiver alguma habilidade especial!"

...

"Hm, você está certa!"

Kamijou gentilmente suspira,

"Está bem, você está certa. Mas há apenas algumas habilidades individuais, e nós somos classificados em níveis; esse tipo de pensamento é terrível!"

Kamijou abaixa sua cabeça enquanto olha pra sua mão direita.

Sua mão direita não pode atirar chamas ou eletricidade, não pode soltar nenhuma luz, e não pode emitir nenhum som. E é claro, não teriam quaisquer linhas estranhas aparecendo em seus pulsos. 3

3 Uma provável referencia a Tsukihime. Onde o protagonista tem o poder de ver linhas que determinam o “tempo de morte” dos seres vivos. 18




Mas a mão direita de Kamijou pode dissipar qualquer "poder sobrenatural". Não importava se fossem bons ou ruins, até os milagres que aparecem em mitos poderiam ser destruídos.

"Porém, para as pessoas dessa cidade, superpoderes são como um pilar espiritual de suporte, então não repare muito nisso não. Além disso, eu também sou uma das pessoas daqui."

"É bom que você saiba disso, idiota! Hmph, por que ficar confuso? Você pode apenas dobrar uma colher com sua mão."

"..."

"Hmph, o que faz uma pessoa desistir de sua característica natural pra se tornar algum tipo de fanfarrão?"

"... Eu posso tapar essa sua boca tagarela?"

"Vi... violência não me assusta!"

Index olha como um gato infeliz, e diz,

"Além disso, você estava falando demais sobre poderes sobrenaturais, apesar de que você não parece ter nenhum!"

"... Eh, sobre isso... Como eu posso explicar..."

Kamijou se sentia encrencado.

Ele mesmo, dificilmente, teria alguma chance de explicar essa habilidade do "Imagine Breaker" para outros, e considerando que essa habilidade só reage a "poderes anormais", se a outra pessoa não aceitasse que "poderes existem", suas explicações seriam fúteis.

"Hum... Está na minha mão direita... Ah, deixe-me esclarecer. Isso é natural; não existe coloração sintética nisso!"

"Oh."

"Se minha mão direita entrar em contato com... qualquer habilidade especial, seja uma bola de fogo a nível nuclear ou uma railgun tática, mesmo um milagre de Deus pode ser desfeito."

"... Eh...?"

"... Por que essa expressão? É como se você visse um catálogo de compras te informando pra comprar algum maravilhoso cristal da sorte!"

"Oh meu... Você, um ateu que nunca ouviu falar de Deus, dizendo que um milagre de Deus pode ser dissipado. Estou um tanto decepcionada com isso..."

Pra pensar isso, Index usou seu dedo menor para coçar a orelha. 19




"... Ugh, isso me deixa irritado! Pensando que eu serei pego como um tolo com esse: 'Mágica realmente existe, é que eu não posso provar pra você' dito por uma garota pônei mágica. Isso me deixa furioso..."

"Tudo bem! Então eu vou te mostrar!"

Index irritada levanta suas mãos,

"Isso! Essa vestimenta! É uma barreira defensiva suprema conhecida como 'Igreja Ambulante'!"

Index levanta as duas mãos, deixando Kamijou ver essa túnica de freira, que o faz pensar em uma xícara de classe alta.

"Que 'Igreja Ambulante'? Eu não estou entendendo nada! Tudo que você estava falando era sobre alguma estranha terminologia tipo 'Index' e 'barreiras defensivas'; você pode explicar isso de uma maneira que eu entenda? É muito rude! Você nunca ouviu falar de explicar algo profundo de um modo fácil de entender?"

"Você... Você sequer se preocupou em entender isso, e agora você está reclamando comigo?"

Index agita seus braços.

"Bem agora, eu vou te provar ao invés de ficar falando sem parar! Você pode usar uma faca de cozinha pra me furar!"

"Tudo bem! Eu irei fazer isso... O que... o que você está pensando?! É claro que vou te esfaquear! Você está tentando me incriminar!?"

"Ah! No final, você não acredita em mim, certo?"

Index move seus ombros pra cima e pra baixo indiferente,

"Essa roupa envolver todos os elementos essenciais de uma igreja, então pode ser chamada 'uma igreja nas formas de uma roupa'! A tecelagem do tecido, a costura de linha, até o bordado... tudo foi cuidadosamente planejado! Uma mera faca de cozinha não pode me ferir!"

"Eu acho que você só está blefando... se eu realmente esfaquear isso, eu seria o mais ridículo delinquente juvenil pra sempre!"

"Você não acredita em mim...! Essa roupa pode exatamente replicar o Santo Sudário de Turim, a roupa que a santa estava vestindo quando a lança de Longinus a atingiu. Assim, sua proteção é a nível da do Papa. Em suas palavras, isso deve ser do nível de um abrigo nuclear, certo? Não importa qual seja o ataque, físico ou mágico, isso irá absorvê-lo... Não disse que cai na sua varanda porque fui atingida pelas costas? Se eu não tivesse essa 'Igreja Ambulante', eu já teria um buraco nas minhas costas! Você entendeu?"

Essa criança é realmente barulhenta!

A opinião de Kamijou sobre Index se tornava drasticamente pior enquanto ele olhava a roupa dela com um olhar poluído. 20




"Certo, realmente impressionante... Mas se esse é um poder anormal, se minha mão direita tocá-la, suas roupas irão pro brejo, certo?"

"Somente se seu poder for realmente au-tên-tico. Hoho--"

Index sorri em desdém. Kamijou pensa “Eu vou te pegar!” e agarra o ombro de Index com sua mão direita.

...Eh... Realmente era uma sensação estranha... É como se ele estivesse pegando nuvens, como se todo o impacto fosse absorvido por uma esponja macia.

"... Espere, aguenta ai..."

Kamijou, que se acalmou, começa a pensar em algo.

Se o que Index disse - tosco assim como parecia - for verdade; e sua roupa chamada de "Igreja Ambulante" for realmente protegida por algum "poder anormal", o que iria acontecer?

Se esse "poder anormal" for destruído, não significa que a roupa vai se rasgar?

"ESSA NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃ--!?"

Esse sentimento repentino de alcançar a maioridade faz Kamijou reagir com um grito.

...

...

...?

"--AAAAAHHHHHHHHHHHH... Hã?"

Nada aconteceu.

Kamijou pensava "Droga, isso me deixou preocupado por um instante", apesar de que ele também sentiu um pouco de remorso.

"Olhe só! Que Imagine Breaker? Nada aconteceu!"

Index coloca as mãos em seus quadris, estufando seu peito e sorrindo. Mas logo depois, a roupa de Index se desprende como um presente barato, e se espalha pelo chão. 21 22




Os fios que mantinham a roupa da freira unida se soltaram, e a túnica virou apenas um pedaço de pano. Apenas seu cocar ficou inteiro, mas, possivelmente, porque não era grudado a roupa. Porém, ao todo, isso deixaria um pouco mais insultante.

E Index mantinha suas mãos nos quadris, com o peito estufado, e ficava ali, sorrindo...

Certo, não tem praticamente mais nada vestindo ela. 23




Parte 4

Parece que essa garota chamada Index tem o mau hábito de morder as pessoas toda hora que ela fica irritada.

"OW OW OW... Pare de me morder! Você é algum mosquito de acampamento de verão?"

"..."

Ela não responde.

Index, que só tem uma manta em volta dela, está sentada no chão. Ela está usando uma enorme pilha de broches cuidadosamente (E futilmente), tentando emendar os pedaços da túnica de freira.

Uma atmosfera sinistra e terrível domina a sala. Claro, não é do tipo que um assassino venha entrar na sala.

"... Erm, com licença, princesa? Desculpe te incomodar, mas tem uma camiseta e shorts aqui..."

"..."

A freira o encara de volta com olhar de cobra nos olhos.

"... Erm... princesa?"

Kamijou Touma vê que essa garota tem muitas expressões enquanto ele tenta continuar falando com ela.

"... Que?"

"Foi minha culpa agora, ok?"

Kamijou não entende nada do que a garota quis dizer, com exceção de um rádio relógio que foi jogado nele. Bem quando Kamijou grita com surpresa, um enorme travesseiro voa também. Após isso, o que é ainda mais aterrorizante é que um videogame e um minigravador voaram também.

"Como você pode falar essas palavras indiferentemente após essa situação vergonhosa?!"

"Erm... Isso... Que... atualmente, seu servo está um pouco nervoso agora. Como posso descrever isso... Isso é juventude!?"

"Você ainda está brincando... Uuuuuuuuu...!"

"Sim! Sim! ... Me desculpe! Me desculpe! Peço desculpas! Esse é um gravador que eu aluguei, não um lenço! POR FAVOR NÃO ENCOSTE NELE!"

Kamijou Touma se ajoelha no chão de uma maneira exagerada enquanto se desculpa com a garota. 24




Bom que ela não pode ver meu rosto, Kamijou pensa.

Mas era só o que ele pensava. Se ele se olhasse no espelho, ele veria que isso estava plenamente escrito em todo seu rosto.

"Terminei..."

Com um soluçante contínuo som nasal, Index fez esse aparente infernal trabalho manual para recuperar a vestimenta de freira para a forma original. Após rodá-lo para dar uma olhada...

...Hm, uma roupa de freira que está agrupada com numerosos alfinetes.

"... (Queda de suor)"

"Erm, você vai vestir isso mesmo?"

"... (Silêncio)"

"Você vai mesmo vestir essa roupa de donzela cheia de coisas de ferro?"4

4 Referencia a Iron Maiden. Um antigo item de execução Europeu. Tem a aparência de um caixão por for a, mas está cheio de agulhas por dentro.

5 Literalmente, “Cama de agulhas”

“... (Lágrimas)"

"É chamado de 'hari no mushiroto' em japonês" 5

"... Uu... Uuuuuuuuu!!"

"EU ESTAVA ERRADO! ME DESCULPE!"

Kamijou imediatamente se ajoelha no chão enquanto esmaga sua cabeça no chão como se fosse alho sendo esmagado. Em contraste, Index parece igual a uma criança intimidada enquanto ela morde fortemente o cabo da televisão, de maneira que está perto de ser arrancado. Igual a um gato rude.

"Eu preciso vestir isso! Eu ainda sou uma freira apesar disso!"

Index solta um estranho resmungo enquanto ela começa a vestir a roupa embaixo do lençol, agindo como uma lagarta. A única coisa fora do lençol é seu rosto, que parece vermelho como uma bomba.

"... Ah, a maneira que você usa pra se trocar me lembra das lições de natação na escola-"

"Por que você ainda está olhando? Você deveria estar com a cabeça virada, certo?"

"Não é como se você morresse se eu vê-la. Além disso, eu estou apenas te olhando assim; trocar roupas não é nada demais."

"..." 25




Index para o que estava fazendo por um momento, mas percebe que Kamijou não está percebendo que disse besteira novamente, então ela apenas pode continuar colocando sua roupa. Talvez ela esteja mesmo se focando em colocar suas roupas por debaixo do lençol, enquanto o topo da cabeça dela já caiu no chão, e ela não percebeu isso.

Ele não sabe o que falar. Mas a situação vai ficar bem estranha se ninguém falar nada. É como falar com um estranho em um elevador.

Enquanto Kamijou deseja poder escapar da realidade, algo surge na mente dele: as aulas de reforço das férias de verão!

"WAA! DROGA! EU PRECISO IR PRAS AULAS DE REFORÇO!"

Kamijou olha para seu relógio de pulso enquanto diz,

"Ah... Erm... Tenho que ir pra escola agora, o que você quer fazer? Se quiser ficar aqui, eu te dou a chave."

A ideia de "despistar a garota" completamente evaporou da mente de Kamijou.

Quando as vestes da "Igreja Ambulante" de Index reagiram ao "Imagine Breaker", isso provou que as roupas dela realmente tinham um "poder sobrenatural". Isso significa que as palavras que ela estava dizendo podem não ser apenas fantasia.

Como, por exemplo, que ela estava sendo seguida por mágicos e caiu do telhado.

Como, por exemplo, que ela tinha que continuar correndo por sua vida.

Existe mesmo um grupo de mágicos saindo de um distante conto de fadas que ficam vagando por ai? Nessa capital da ciência onde se pode até tornar poderes sobrenaturais em teoria?

... Mesmo se ele não considerasse esses lados práticos, Kamijou quer que Index fique ali e se acalme após tê-la visto tão angustiada.

"... Não precisa. Já estou indo."

Porém, Index carregava seu olhar angustiado conforme se levantava lentamente. Ela se parecia com um fantasma sem vida enquanto flutuava do lado de Kamijou, aparentemente esquecendo que seu capuz havia caído no chão. Kamijou queria ajudá-la a pegar o capuz, mas estava com receio de que sua mão direita o destruísse.

"Ah... Erm... isso..."

"Hm? Não pense tanto assim!"

Index vira sua cabeça e diz,

"Não estou indo embora porque estou irritada; é porque se eu continuar aqui, essas pessoas talvez venham atrás de mim. Você não gostaria de ter seu quarto detonado, certo?"

Ao ouvir Index falar tais palavras aterrorizantes tão facilmente, Kamijou não sabe o que deveria falar. 26




Index lentamente anda em direção à entrada, e então sai. Kamijou, freneticamente, a segue, pensando que pelo menos deveria ajudá-la, mas após retirar sua carteira, ele viu que só tinha 320 ienes6. Ainda assim, Kamijou queria manter Index ali, então ele, apressadamente, correu em direção a porta, acabando por atingir sua perna na porta em uma velocidade super sônica.

6 (320 Ienes, valem maios ou menos 6 reais.)

"AH... OOWWWWWWWWWWWW! OOOOOOOOO!!"

Index se vira e vê Kamijou segurando sua perna enquanto se contorce de dor. Como era realmente doloroso, Kamijou ficava saltitando, e o celular saiu de seu bolso. No momento que Kamijou percebeu isso, era tarde demais, e um crack podia ser ouvido da tela de cristal líquido.

"Uuuuu... uuuuuuuuuuuuuuuuu... Eu sou mesmo um infeliz..."

"Se você quer dizer azarado, talvez você seja apenas desajeitado...?"

Index sorri.

"Mas porque seu 'Imagine Breaker' é real, eu acho que não existe solução, certo?"

"... O que você quer dizer?"

"Hm, esse é um problema do lado mágico, então você talvez não acredite mesmo se eu falar disso.”

Index ri enquanto fala:

"A benção de Deus, a fita vermelha do destino... Se isso realmente existir, eles estarão sujeitos a ser destruídos pela sua mão direita também."

Index agita a roupa de freira que está totalmente presa por alfinetes, dizendo,

"Como a 'Igreja Ambulante' que originalmente tinha um poder de Deus."

"Humpf... Que 'sorte' ou 'azar'? Isso não é um monte de probabilidades e estatísticas? Como pode ser verdade-”.

Antes que pudesse terminar de falar, Kamijou de repente sentiu eletricidade estática quando tocou no trinco da porta. Kamijou estava eletrocutado, e seu corpo inteiro tremeu por causa do reflexo. Porque seus músculos fizeram algo que ele não estava acostumado a fazer, ele ficou com câimbra em sua panturrilha direita.

"--Uuuuuuuu..."

Kamijou geme por algo em torno de seis segundos.

"... Erm... Irmã..."

"O que?" 27




"... Por favor, explique..."

"Essa lógica até que é bem simples..."

Index diz isso em um tom prático,

"Se esse poder na sua mão direita é real, significa que se sua mão direita existir mesmo por um único dia, o poder da 'sorte' continuará sendo destruído por sua mão direta."

"... Então quer dizer que...?"

"Enquanto sua mão tocar o ar, você continuará sendo azarado."

"AAAHHHHHHHHHHHHHH!! EU SOU REALMENTE AZARADOOO!!!"

Apesar de que Kamijou não acredita em mágica, ele é extremamente sensível a essa coisa chamada 'azar'. Isso é porque na vida diária de Kamijou, ele é geralmente tão azarado que ele pensa que talvez o universo inteiro esteja contra ele.

E bem na frente do azarado Kamijou Touma estava uma freira puramente branca que estava brilhando com um sorriso.

Todos irão te dizer que essa é uma expressão que está te dizendo para acreditar em fé.

"Se você vai dizer que é azarado, você já é azarado simplesmente por ter esse poder."

Vendo essa freira sorridente, Kamijou não pode se conter, deixando lágrimas saírem de seus olhos... Oi... Espere ai, esse supostamente não era pra ser o assunto principal, certo?

"Não! Eu não estou falando disso! Você... você tem algum lugar pra ficar após sair daqui? Apesar de que eu não saiba o que está acontecendo, esses mágicos ainda podem estar te procurando nas redondezas, não? Minha casa é mais segura, então você quer ficar aqui?"

"Irei atrair os 'inimigos' se eu continuar a ficar aqui."

"Como você tem tanta certeza? Contanto que você não atraia atenção e fique dentro do dormitório, você não irá ser descoberta, certo?"

"Não é simples assim." Index segura o colar em sua roupa e diz, "Essa roupa é chamada de 'Igreja Ambulante'. É mantida por mágica. Apesar de que a igreja diz que é o 'poder de Deus', é de um tipo similar a 'mágica'. Em outras palavras, o inimigo pode usar o poder mágico dessa roupa para me localizar."

"Se é assim, por que você está vestindo essa coisa que não é nada além de um rastreador?"

"Porque suas capacidades defensivas são no nível de papa... se não fosse destruída por sua mão direita."

"..."

"Se não tivesse sido destruída por sua mão direita..." 28




"Me desculpe, por favor não fique me encarando com esses olhos cheios de lágrimas... Pense comigo, se sua 'Igreja Ambulante' foi destruída por minha mão direita, então também deve ter perdido seu 'sinal', certo?"

"Mesmo assim, eles saberão que minha 'Igreja Ambulante' foi destruída. Eu acabei de falar agora há pouco: as defesas da 'Igreja Ambulante' são no nível de papa, em outras palavras, significa que é praticamente uma 'Fortaleza Ambulante'... Se eu fosse um 'inimigo', mesmo que eu não soubesse por que essa 'Fortaleza' perderia sua habilidade, eu certamente não deixaria essa chance escapar, não?"

"Espera ai! Então tenho ainda mais motivos pra não te deixar ir! Apesar de que ainda não acredito nessa coisa chamada mágica, contanto que haja um 'inimigo' atrás de você, como posso deixar você arriscar sua vida lá fora?"

Index fica confusa.

Olhando para a expressão dela, ela parece, parece mesmo como uma garota normal.

"...Você quer dizer que mesmo que eu vá para o inferno, você me acompanharia lá?"

Index sorri.

Esse sorriso era tão sem forma que fez Kamijou ficar mudo por um tempo.

Por trás dessas palavras gentis havia um significado escondido:

Não se envolva com isso.

"Não se preocupe, não é como se eu não tivesse companheiros. Contanto que eu escape para a igreja, as pessoas de lá irão me proteger."

"... Oh? Então... onde fica essa igreja?"

"Londres."

"Não é meio longe? Por quanto tempo você pretende ficar correndo?"

"Hm? Ah, não se preocupe! Deve haver alguns ramos no Japão."

Sua roupa de freira cheia de alfinetes balança em volta. Essa pequena garota chamada Index com aparência de uma dona de casa que aparentemente está sempre intimidada diz,

"Uma igreja... sim, parece que há uma nessa cidade."

Qualquer pessoa comum que ouvisse essa palavra "igreja" imediatamente pensaria nesses lugares grandes onde são feitos casamentos, mas no Japão, as igrejas são bem pequenas. Além de que no Japão, a cultura cristã não é muito cultivada, e com todos os terremotos, seria difícil manter essas "construções com valor histórico". As igrejas que Kamijou coincidentemente vê pela janela de um trem são só blocos de apartamentos com uma cruz erguida no teto... mas pensando bem, se for uma igreja nova, parece um pouco fora do comum.

"Hm... mas nem todas as igrejas servirão... eu pertenço a igreja britânica puritana." 29




"???"

"Erm... no sentido amplo, cristianismo é dividido em muitas variações."

Index explica desajeitadamente,

"Primeiro, podemos dividi-lo entre católicos e protestantes. Para o lado católico, do qual eu pertenço, também pode ser dividido entre os católicos romanos com base no Vaticano, o Ortodoxo Russo com base na Rússia, e os puritanos britânicos com base na catedral de São Jorge."

"... Então o que aconteceria se você corresse pra igreja errada?"

"Eu seria barrada."

"Os russos ortodoxos e os britânicos puritanos estão apenas concentrados em grande escala em seus próprios países, então no Japão, existem poucas igrejas dos britânicos puritanos."

"..."

Quanto mais Kamijou ouve isso, mais ele sente que algo não está certo.

Talvez antes de Index capotar de fome, ela já tivesse visitado várias "igrejas", sendo barrada toda hora, forçando ela a continuar correndo por sua vida. Isso certamente não parecia bom.

"Não se preocupe. Contanto que eu alcance alguma igreja britânica puritana, eu vencerei."

"..."

Imediatamente, Kamijou pensa no "poder" em sua mão direita.

"Olhe! Se você ficar em apuros... tudo bem em procurar por mim."

No final, era o mínimo que ele podia fazer por ela.

"Mn, eu voltarei se estiver com fome."

Index revela um sorriso matinal glorioso. Esse sorriso perfeito faz Kamijou ficar mudo.

Um robô de limpeza se aproxima, empurra Index, e continua em frente.

"YAAAHHH!!"

O sorriso perfeito evapora em um instante enquanto Index cai para trás. Parece que ela pegou câimbras em suas pernas enquanto ela treme.*DONG!* A parte de trás de sua cabeça bateu na parede.

"--! UMA COISA ESTRANHA APARECEU DO ALÉM TÃO DE REPENTE...?!"

Index derrama lágrimas enquanto grita, se esquecendo até de sentir a parte de trás de sua cabeça. 30




"VOCÊ É A COISA MAIS ESTRANHA QUE JÁ VI! ESSE É UM ROBÔ DE LIMPEZA!"

Kamijou suspira.

O robô de limpeza se parece com um grande cilindro de metal. Ele tem rodas debaixo dele, e como uma grande máquina de limpeza, ele usa os esfregões circulares por baixo dele para limpar o chão. Uma câmera instalada nele lhe permite evitar obstáculos, e todas as garotas que vestem minissaia odeiam essa coisa.

"... Entendi. Japão não é um país tecnológico, mas sim um onde até mesmo mágica não é mecanizada."

"Oi?"

Ver Index ficar impressionada com o Japão por algum motivo estranho estava fazendo o cabelo de Kamijou ficar de pé.

"Essa é a cidade acadêmica. Você pode ver esse tipo de coisa em todo lugar!"

"Cidade Acadêmica?"

"Exato. O lado oeste de Tóquio estava relativamente lento em se desenvolver, então esse pedaço de terra foi comprado para estabelecer essa 'cidade'. Essa 'cidade de escolas' inclui muitas universidades e ainda mais escolas primárias, secundárias e terciárias."

Kamijou suspira enquanto continua,

"80% das pessoas aqui são estudantes, e todos os apartamentos que se parecem com condomínios são dormitórios de estudantes."

Essa "Cidade Acadêmica" não apenas educava estudantes acadêmicos, mas também desenvolvia secretamente poderes supernaturais e desenvolvimento corporal.

"... Então essas cenas nas ruas parecem um pouco diferentes. Máquinas que vendem comida, geradores eólicos que geram eletricidade, e esse robô de limpeza de agora... Existe um monte dessas coisas que são desenvolvidas pelas universidades. O nível da tecnologia aqui é em torno de vinte vezes mais avançado do que o resto do mundo."

"Hm..."

Index encara o robô de limpeza, e diz,

"Então todas as construções nessa cidade pertencem a essa 'Cidade Acadêmica', certo?”

"Uhum... então se você procura pela igreja inglesa aqui, eu te aviso pra tentar sua sorte fora da cidade. As igrejas aqui são mais algo do tipo de teologia ou organizações educacionais pseudopsicológicas."

Index solta um "Mm" enquanto acena com a cabeça. Apenas agora ela pensa em usar sua mão para sentir a parte de trás de sua cabeça.

"...Eh? Ah... eh? Meu... meu capuz sumiu!"

"Você só percebeu isso? Ele acabou de cair!" 31




"Eh?"

Kamijou quis dizer "você o deixou cair quando estava se trocando debaixo do lençol", mas parece que Index entendeu isso como "você o deixou cair quando você estava assustada com o robô de limpeza e caiu". Então Index o procura pelo corredor, mas não podia encontrá-lo. Assim, um monte de pontos de interrogação aparece sobre sua cabeça.

"AH! É mesmo! Deve ter sido esse demônio elétrico!"

Index estava criando uma pequena confusão enquanto corria atrás do robô de limpeza que estava virando no corredor.

"... Erm... Por que raios essa situação?"

Kamijou olha pra trás, dentro de sua sala; O capuz de Index ainda estava lá dentro. Então ele olha de volta ao corredor; Index já tinha desaparecido. Um jeito meio anticlímax de ir embora.

Isso o fez pensar em algo completamente tosco: Mesmo se o mundo estivesse pra ser destruído... Ela iria sobreviver por algum motivo ridículo? 32




Parte 5

"Olá, Sensei fez alguns materiais, então eu irei distribuí-los. Esses serão os conteúdos da lição de hoje”.

Já faz um semestre desde que ele estava nessa sala, mas mesmo agora, Kamijou ainda se sente intrigado.

A professora do primeiro ano da sala sete, Tsukuyomi Komoe está atrás da mesa. Os alunos só conseguem ver o topo da cabeça dela. Ela tem 135 centímetros de altura, e dizem que uma vez ela queria ir a uma montanha russa, mas foi rejeitada devido a preocupações com segurança. Não importa quem olhar pra ela, todos irão pensar que ela é uma estudante de doze anos que deveria usar um capacete amarelo de segurança e carregar uma mochila vermelha e um gravador. Essa professora que se parece com uma criança realmente é um dos sete grandes mistérios da escola.

"Apesar de que a sensei não irá proibir ninguém de falar, todos precisam prestar atenção ao que sensei está falando, ok? A sensei já trabalhou pesado pra preparar todas as questões para um quiz. Se vocês falharem, vocês terão que participar de um jogo de punição”.

"Sensei, você está falando sobre jogar pôquer de olhos vendados? Esse é um curso de raios X! Devo ganhar dez vezes consecutivas mesmo quando eu não posso ver nada, ou não posso ir pra casa. Esse Kamijou Touma se sente como se não pudesse ir pra casa mesmo na manhã de amanhã!"

"Sim. Mas Kamijou, suas metas de desenvolvimento de poderes não são o suficiente. Então você terá que participar desse jogo de raios X, certo?"

Kamijou sente que ele não podia mesmo lidar com esse sorriso profissional dessa "professora trabalhosa".

"Oo, parece que Komoe está realmente apaixonada por Kami-yan...!"

Sentado ao lado de Kamijou estava o monitor masculino com cabelo azul e piercings, que disse algo ridículo para Kamijou.

"Você não vê como se essa professora que fica alegremente na ponta dos pés experimentando o quadro negro está sendo um tanto quanto antagonista para mim...?"

"Que...? Essa professora fofa? Importaria mesmo se ela reprovasse você em várias disciplinas? Você definitivamente ganhará um monte de experiência se for repreendido por esse tipo de garota!"

"Seu pedófilo...! Você é um caso perdido!"

"AHA-! Ser um pedófilo é 'apenas' uma de minhas preferências. Eu não gosto 'apenas' de garotas pequenas, sabe-!"

Bem quando Kamijou estava prestes a responder "seu onívoro comedor de lixo"

"Vocês dois bem ai! Vocês vão jogar 'Os ovos de Columbus' se continuarem falando!" 33




O "Ovo de Columbus" requer uma pessoa para balançar um ovo cru pra cima e pra baixo em uma mesa, sem qualquer suporte. Mesmo um estudante que estude telekinesis teria que trabalhar tanto que as veias do cérebro dele explodam tentando impedir ovo de cair; é porque se a força for grande demais, o ovo irá quebrar. Além disso, os que falham devem permanecer até a manhã seguinte.

Kamijou e Aogami Pierce podem apenas encarar Tsukuyomi Komoe, que é o centro das atenções, quase se esquecendo até de respirar.

“Você entendeu”?

Que sorriso aterrorizante. Komoe-sensei realmente odeia pessoas que mencionem a palavra "pequena", e gosta de pessoas que a chamem de "bonita".

Porém, Komoe-sensei não se importa em não ser vista pelos alunos como uma professora. É claro, é porque essa é a cidade acadêmica. 80% da população aqui são "estudantes", então esse pode ser chamado como "um país de crianças". Mas, a crítica nesses "professores” que não estão trabalhando duro o suficiente são muito piores do que as escolas de fora. Além disso, a classificação dos alunos aqui incluem "trabalhos de casa" e "poderes".

Por aqui, a tarefa dos professores é apenas "desenvolver" o poder dos estudantes. Embora os professores não tenham nenhum poder. Os professores de P.E e o staff de ensino que são como instrutores são todos iguais monstros que tiveram parte em organizações militares de fora, sendo capazes de usar suas mãos de ferro para derrubar estudantes com poder. Claro, Komoe-sensei, que ensina química, não tem esses traços.

"Eu disse, Kami-yan..."

"Que?"

"Ser repreendido pela Komoe-sensei não te deixa empolgado?"

"Você é o único que vai ficar empolgado, idiota! Já está bom, cale a boca! Nosso verão será amaldiçoado se formos forçados a jogar com ovos quando nós não temos poderes de telekinesis! Pare de tentar me jogar em problemas com esse falso acento de Kansai!"

"Falso... Falso acento de Kansai? Por que eu iria falsificar um acento de Kansai? Eu sou realmente um nativo de Osaka-!"

"Cale a boca! Você nasceu em um vilarejo cheio de campos de arroz! Já estou irritado; pare de me fazer pensar em debater com você!"

"Eu... E-e-eu não nasci em um vilarejo com campos de arroz! Ah... ah... O takoyaki é realmente delicioso-"

"Pare de tentar ser alguém de Kansai. Você pode comer arroz só com takoyaki?"

"Do que você está falando? Mesmo um nativo de Kansai não iria conseguir combinar arroz com takoyaki-"

"..."

"Provavelmente não... provavelmente não... espere... mas... ahn... eles conseguiam?" 34




"Você acabou de se revelar, seu falso nativo de Kansai!"

Kamijou suspira, e olha pra fora da janela.

Se ele soubesse que as lições de reforço seriam tão chatas, ele iria ter acompanhado Index.

Embora a roupa de freira "Walking Church" que Index estava usando tivesse reagido à mão direita de Kamijou-- bom, "reagir" é uma palavra leve-- não significa que Kamijou acreditaria na existência de "mágica". Talvez algo em torno de 80-90% do que Index disse era invenção, e mesmo se não fosse, talvez ela apenas tenha confundido outro fenômeno natural com mágica.

Mas...

O peixe que escapa sempre parece muito grande...

Kamijou suspira novamente. Ao invés de ficar preso na sala de aula que não tinha ar-condicionado, ele deveria seguir Index num mundo fantástico de mágica e espadas e achar isso mais interessante. E se ele tivesse que se juntar a atividade, talvez também houvesse uma bonita-- é um pouco forçado chamá-la de bonita-- líder feminina.

Kamijou se lembrou do capuz de freira que Index deixou na sala dele.

No final, ele não o devolveu para ela. Se ele queria devolver, ele ainda tinha uma chance. Mesmo se Index o esquecesse, se ele estiver, seriamente, preocupado com ela, ele irá encontrar ela imediatamente. Mesmo se ele não pudesse encontrá-la, seria lógico para Kamijou ficar com o capuz enquanto ele corresse pelas ruas.

Agora que ele pensa sobre isso, Kamijou queria deixar algo como um elo entre eles. Kamijou secretamente espera que ela retorne um dia para pegar a coisa que ela esqueceu.

Isso porque o sorriso daquela garota branca era muito perfeito.

Se ele não deixar algum tipo de elo entre eles, seria como se ela evaporasse entre seus dedos como um fantasma.

Kamijou está temendo isso.

...O que está acontecendo?

Kamijou, que está ficando romântico, acaba de perceber uma coisa.

Kamijou era um tanto vicioso nas palavras com essa garota que estava se pendurando na grade da varanda, mas ele não odeia aquela garota. Ele certamente se sente um pouco arrependido por talvez não a vê-la novamente no futuro.

"... Ah... Que droga!"

Kamijou pronuncia um "Cheh" dentro de sua boca. Se ele soubesse que ele iria se arrepender bem agora, ele iria ter insistido que ficasse desde o começo.

E falando nisso, o que são os "103 mil grimórios" que ela estava falando sobre? Essas sociedades mágicas que estavam perseguindo Index (... 'Sociedades'? Seriam companhias 35




privatizadas?), ele ouviu que eles estavam perseguindo ela por esses "103 mil grimórios"-- Pelo menos é o que ela disse. Quanto a Index, ela está correndo por sua vida junto com esses "103 mil grimórios".

Além disso, ela não quis dizer que estava carregando alguma chave ou mapa que indicasse uma livraria escondida. Kamijou uma vez perguntou "onde estão esses livros", e a resposta dela foi um claro "Estão todos aqui". Porém, Kamijou não viu um único livro. Além disso, a sala dele não pode armazenar todos esses livros.

"... Do que ela estava falando?"

Kamijou não consegue pensar, mas trava sua cabeça. A roupa de Index "Walking Church" reagiu ao "Imagine Breaker" de Kamijou, mas isso significa que o que ela disse não era completamente falso.

"Sensei, Kamijou está olhando a saia das garotas do clube de tênis!"

Ao ouvir Aogami Pierce falsificar esse acento pesado de Kansai, Kamijou solta um "Ah" e sua consciência é puxada de volta a sala de aula.

"..."

Komoe-sensei fica quieta.

Parece que Komoe-sensei está mesmo chocada e triste que esse estudante, chamado Kamijou Touma, não esteja prestando atenção na lição. A expressão dela é como a de uma garota de onze anos que percebeu, num dia de inverno, que Papai Noel é uma mentira.

Enquanto Kamijou pensa sobre isso, a classe inteira olha pra ele. É como se eles fossem membros da associação de proteção dos direitos da criança.

Era supostamente pra ser reforço de verão, ainda assim Kamijou estava detido até o horário normal de saída.

"... Que azar."

Kamijou observa o gerador de energia de três pás enquanto fica calado. Desde que a escolas proíbem qualquer um de sair à noite, os últimos ônibus e trens na Cidade Acadêmica iriam basicamente parar quando as escolas fechassem.

Kamijou, que não planejava pegar o ônibus, pode apenas andar pela quente rua de compras. Um robô de segurança passa por Kamijou, e também é designado assim como parece, com um container de metal com rodas instaladas por debaixo. Funciona como um dispositivo de vigilância móvel. No princípio, foi designado para ser um robô cachorro, mas os cachorros atraem a atenção das crianças facilmente, tornando-o difícil de mover. Mas, todos eles foram modificados para cilindros de metal. Hm, o motivo é realmente um tanto engraçado.

"Ah! Finalmente te encontrei, você! Oi... pare ai! Pare! Estou te chamando! Pare logo!"

Kamijou não suporta o calor do verão enquanto olha para o robô de segurança que está lentamente se movendo pelo lado dele, enquanto pensa, 36




"Onde é que Index foi após perseguir o robô?"

Kamijou sente como se estivesse muito barulhento atrás dele, então ele se vira para olhar o que está havendo.

Uma garota do ensino médio está atrás dele. O cabelo na altura do ombro parece estar soltando uma luz vermelha queimante. O rosto da garota está todo vermelho também. Uma saia cinza plissada, uma blusa de manga curta e uma fina jaqueta de verão... Após olhar ela por um tempo, Kamijou finalmente a reconhece. 37 38




"... Ah... Você novamente, a estudante biribiri do ensino médio."

"Pare de me chamar de biribiri! Meu nome é Misaka Mikoto! Por que você não lembra disso? Eu me lembro de você ter me chamado de biribiri a primeira vez que nos encontramos!"

"A primeira vez que eu te encontrei...?"

Kamijou começa a recordar.

Hm, está certo. A primeira vez que ele a encontrou, ela estava sendo assediada por alguns delinquentes. Querendo mostrar o espírito de Urashima Tarou ao avisá-los para não tentarem levar a bolsa de uma garota fraca, a única coisa que ele recebeu em troca foi a reação violenta da garota, "VOCÊ É MUITO BARULHENTO, PARE DE INTERFERIR!!" e depois o atacou com um raio. É claro, Kamijou neutralizou o ataque dela com sua mão direita, mas a garota ficou chocada... "Eh? O que aconteceu? Por que não foi efetivo? O que é isso... eh? Inefetivo..." No final, acabou ficando do jeito que está agora.

"... Eh? Por quê? Eu não sou tão triste, mas por que eu estou tão triste, mamãe?"

"Por que você está olhando pra longe...”.

Kamijou estava meio cansado após ter finalizado o reforço, então ele decide olhar pra longe dessa Biribiri na frente dele.

"Uma garota está encarando Kamijou. Essa garota era a Railgun de ontem. Ela fica extremamente infeliz quando perde para outros, então ela se encontra com Kamijou para uma vingança, mas sempre termina frustrada."

"Você está falando com quem agora...?"

"Essa garota tem uma atitude firme e não admite sua perda, mas ela tem medo de ficar sozinha, por isso ela é a líder de um grupo de animais."

"Pare de designar as pessoas como estranhas!!"

Misaka Mikoto está tão frustada que fica balançando seus braços pra lá e pra cá, e os pedestres na rua inadvertidamente olham para ela. Isso já era de esperado, pois o uniforme indica que a roupa de Mikoto pertence ao colégio Tokiwadai, um dos cinco melhores na Cidade Acadêmica. O colégio Tokiwadai tem princesas que dão uma sensação de ar refinado que são notadas mesmo dentro de um trem lotado, mas as maneiras dessa garota dão aquela sensação de que ela é o tipo de estudante que poderia brincar com seu celular no chão de um ônibus. Claro que os passageiros ficariam surpresos.

"Eh? Oh, ya, o que me diz, Biribiri? Hoje não é 20 de julho? Por que você ainda está vestindo seu uniforme? Você foi ter lições de reforço?"

"Ugh... você... IGNORE ISSO!"

"Entendi, você não acha que os coelhinhos na área de reprodução animal estão seguros o suficiente?" 39




"PARE DE COLOCAR ANIMAIS NA MINHA PERSONALIDADE! SEU MALANDRO! EU VOU FAZER VOCÊ PAGAR! VOCÊ FICARÁ TREMENDO COM SUAS PERNAS IGUAL A UM SAPO ELETREOCUTADO! SE APRESSE E PREPARE SUA HERANÇA AGORA!"

"Não."

"POR QUÊ?"

"Porque eu não sou um líder de animais."

"SEU... IDIOTA CONTINUA A ME FAZER DE BOBA?!?!?!"

*THOMP!* A garota do colegial pisa firmemente nos tijolos vermelhos da calçada de pedestres.

Nesse instante, os telefones dos pedestres soltam um som de quebra. Os cabos de televisão nas ruas de compras são imediatamente desligados, e até os robôs de segurança nas redondezas emitem um som quebrante.

O cabelo da garota do colegial deixa sair um som de quebra igual ao de eletricidade estática.

Ela está com o sangue fervendo, mas essa usuária de poder level cinco, que pode atirar uma railgun, dá um sorriso assustador igual ao de um animal feroz mordendo suas presas.

"HUMPF! QUE ME DIZ? SERÁ QUE ISSO MUDOU SUA MENTE-Mmm...!"

Kamijou usa sua mão para tapar a boca de Misaka.

Cal... Calada! Por favor, fique calada! Você não vê que essas pessoas que tiveram seus celulares quebrados querem matar quem fez isso!? Se eles descobrirem que você fez isso, você terá que pagá-los, sem mencionar os cabos de TV-Quem sabe quanto nós teremos que pagar!!

Kamijou pede por Deus que ele iria pensar apenas no natal, e ao mesmo tempo pensar na garota de cabelo prateado.

Talvez sua prece tenha funcionado, porque ninguém se aproximou de Kamijou e Mikoto.

Assim que Kamijou soltou um suspiro de alívio (Enquanto Mikoto sufocava pela sua mão direita),

"--Alerta!! Alerta! Erro n° 100231-YF. Detectada uma onda eletromagnética ofensiva que desafia as leis do eletromagnetismo. Confirmando anomalia do sistema. Pode ser um ataque elétrico terrorista; por favor não usem nenhum equipamento eletrônico."

Imagine Breaker e Railgun tremem enquanto eles se viravam.

O cilindro de metal gigante do lado das ruas estava esfumaçando enquanto emitia algum sinal que ninguém parecia entender.

Logo após, o robô de segurança emite uma alta e aguda sirene. 40




É claro que eles tinham que correr.

Descendo em uma rua pequena, chutando uma garrafa plástica de água, assustando um gato preto, continuando a correr. Kamijou pensa enquanto continua correndo, Espere um segundo, eu não fiz nada errado, por que eu também estou correndo? Mas suas pernas só conseguiam continuar correndo mesmo enquanto ele pensava sobre isso. Ele se lembra de um programa de televisão mencionando que um único robô de segurança custa 1,2 milhões de Ienes.

"Uuu... QUE AZAR! TUDO PORQUE EU ME ENVOLVI COM ESSE TIPO DE PESSOA!!"

"PARE DE CHAMAR POR 'ESSE TIPO DE PESSOA'! MEU NOME É MISAKA MIKOTO!"

Após correrem até algum lugar na parte mais profunda de um beco, os dois finalmente pararam.

Esse lugar era uma praça retangular que era normalmente formada quando uma das construções era retirada. É realmente adequado para uma luta de três contra três.

"VOCÊ É MUITO BARULHENTA, BIRIBIRI! GRAÇAS A ESSE ATAQUE DE RAIOS QUE VOCÊ SOLTOU, OS COMPONENTES ELÉTRICOS DA MINHA CASA ESTÃO DANIFICADOS! O QUE VOCÊ VAI FAZER AGORA!?"

"QUEM TE MANDOU SER TÃO IRRITANTE!?"

"POR QUE VOCÊ ESTÁ IRRITADA!? ALGUMA VEZ EU JÁ ENCOSTEI UM DEDO EM VOCÊ!?"

Ontem, Kamijou usou sua mão direita para bloquear cada um dos ataques de Mikoto, incluindo o "Railgun", uma "espada flexível" formada por pó de ferro, um poderoso pulso eletromagnético que atinge os órgãos, e o último: um "relâmpago".

Mas todos os movimentos foram incapazes de ferir Kamijou.

Contanto que sejam poderes sobrenaturais, Kamijou Touma pode negar cada um deles.

"VOCÊ SE CANSOU PORQUE CONTINUOU ATACANDO, CERTO? SUA ESTAMINA É INADEQUADA; PARE DE ME CULPAR POR ISSO!"

"... Ugh...!"

Mikoto range os dentes com raiva, e diz,

"ISSO... ISSO NÃO É CONSIDERADO PERDA MINHA! EU... EU NEM SEQUER FUI ATINGIDA! ISSO DEVERIA SER EMPATE!"

"*suspiro*, não precisa fazer isso. Foi sua vitória. Mesmo se eu tiver que te derrubar em frustração, o ar condicionado com defeito não seria reparado."

"UGH...! VOCÊ... FIQUE BEM AI! SE APRESSE E LUTE COMIGO COM TUDO O QUE TIVER!" 41




Vendo Mikoto balançar seus braços nervosamente enquanto ela berra, Kamijou suspira,

"Você tem certeza que posso atacar com tudo?"

Mikoto não consegue dizer nada.

Kamijou aperta seus dedos, e os solta novamente. Essa simples ação é suficiente para fazer Misaka Mikoto começar a suar frio. Ela não pode sequer dar um passo para trás. Ela pode apenas permanecer parada naquele lugar.

Kamijou pode bloquear todos os ataques de Mikoto casualmente, mas Mikoto não faz idéia de qual seja o "poder" de Kamijou. Atualmente, Mikoto está completamente cheia de um "medo desconhecido" sobre Kamijou.

Era esperado de Mikoto ficar assustada, porque Kamijou Touma é o cara que foi capacitado de bloquear a torrente de ataques de Mikoto por quase duas horas e sair sem ferimentos. O pensamento de "Quem sabe quão forte ele ficaria se ficasse sério" faz Mikoto ficar amedrontada por isso.

Após um momento, Kamijou suspira e desvia o olhar.

Parece que Mikoto finalmente foi capaz de se libertar de sua prisão enquanto finalmente dava uns passos para trás, um por um.

"... Por que eu sou... Tão azarado...?"

Vendo Mikoto tão assustada, Kamijou, porém, parece um pouco depressivo, e continua,

"Os aparelhos elétricos na minha sala foram destruídos, eu conheci uma pequena mágica essa manhã, e eu acabei encontrando biribiri de noite..."

"Ma... mágica? O que é isso...?"

"..."

Kamijou reflete um pouco, e diz,

"Hm, o que é isso...?"

Normalmente, Mikoto iria gritar, "SEU IMBECIL, VOCÊ ESTÁ OLHANDO PRA BAIXO DE MIM!? OU SEU PODER ESTRANHO FRITOU SEU CÉREBRO?" e soltaria uma série de ondas de ataques eletromagnéticos. Mas bem agora, ela só pode espiar o rosto de Kamijou cuidadosamente.

É claro, Kamijou está apenas assustando ela, mas ao ver ela inesperadamente tão assustada, ele se sente um pouco triste.

...Mágica...

Kamijou de repente recorda. Quando ele falou com aquela freira branca, essa palavra saiu tão naturalmente, mas agora que ela não está aqui, Kamijou percebe o quão longe essa palavra parece estar de sua vida atual.

Por que ele podia falar tal palavra tão facilmente quando estava com Index?

Havia uma misteriosa "atmosfera" que fazia Kamijou acreditar nela inconscientemente? 42




"... O que eu estou pensando?"

Kamijou ignora completamente aquela Biribiri Misaka Mikoto que está tremente como um filhote de cachorro enquanto fica muda.

Seu destino com Index foi cortado assim. Essa palavra é tão larga, e é impossível esperar por um "reencontro coincidente". Não há motivo para pensar qual é o significado da palavra mágica.

Mesmo assim, Kamijou não conseguia esquecer.

Ele se lembra daquela touca branca de freira que ela se esqueceu de pegar.

A única coisa que ela deixou para trás, esse "elo" entre os dois, continua a incomodar o coração de Kamijou, fazendo-o ficar preocupado.

Nem Kamijou sabe por que ele está tão preocupado. 43




Parte 6

320 Ienes... Parece que ele não pode pegar uma grande taça de gyuudon.

"... Tamanho médio, huh...?"

Para as garotas que normalmente comeriam tanto assim como em uma light novel de uma maneira civilizada, talvez elas não possam entender, mas para garotos que estão na puberdade, um gyuudon tamanho médio pode apenas ser chamado de "aperitivo".

Após jogar tempo fora com Misaka Mikoto ao entrar na casa de gyuudon para acabar com o "aperitivo", Kamijou pega sua restante fortuna de 30 ienes (incluindo taxas), e retorna para frente do seu dormitório debaixo do pôr-do-sol.

Não havia uma única pessoa por perto.

Talvez todos tenham ficado loucos brincando por ai, já que é início das férias de verão.

O exterior do dormitório se parecia apenas o de um apartamento comum. Dentro desse prédio retangular, há um monte de fileiras de portas na parede do corredor. Não existe nenhuma placa grudada a um poste de metal a frente do trinco de metal dizendo "Sem espiadas marotas", uma vez que esse é um dormitório masculino.

Os dormitórios dos estudantes são organizados de uma maneira vertical, estendendo-se para frente. Da rua, que também é a separação entre os dormitórios, o corredor e a pequena calçada do outro lado se parecem o mesmo.

Embora haja um sistema de trava automático na porta, os dormitórios da vizinhança ficam separados por apenas dois metros. Invadir esse lugar é simples. É como o que Index fez essa manhã, alguém só precisa pular de um lugar para o outro.

Entrando pela porta, e passando pelo que era pra ser supostamente o almoxarifado do administrador, Kamijou pega o elevador pra cima. O elevador aqui é muito mais estreito e sujo do que esses usados para transportar utilidades para cima em um pátio de construção. A letra "R" simboliza que o acesso ao terraço está fechado com uma placa de metal, e isso é para prevenir os Romeus e Julietas de irem para o telhado.

Igual a um forno de micro-ondas, o elevador emite um "ding" quando para no sétimo andar.

As portas do elevador soltam um som quebrante, e, lentamente, dividem-se em metades. Impaciente, Kamijou empurra as portas do elevador para os lados. Embora esse seja o sétimo andar, não há vento. Talvez seja a sensação de supressão dos blocos vizinhos ficarem tão perto que faz Kamijou se sentir muito mais quente que de costume.

"Hm?"

Kamijou finalmente percebe que bem no final do corredor, na porta do seu quarto, estão três robôs de limpeza juntos ali. É raro ver três desses limpando o mesmo lugar. Deve haver apenas cinco desses robôs designados para esse dormitório. Esses três robôs estão se movendo para frente e para trás em uma frequência precisa, e parece que está sujo ali.

...Por algum motivo, Kamijou tem um mau pressentimento. 44




Esses grandes robôs de limpeza têm capacidade de remover cada chiclete que grude no chão. Que tipo de sujeira está presa ali que mesmo essas três máquinas estão tendo dificuldade em remover? Será que o seu vizinho Tsuchimikado Motoharu tentou perder sua virgindade, ficou bêbado tentando agir igual a um delinquente, e vomitou sobre o chão da porta dele como se fosse uma cabine de telefone? Pensando assim, Kamijou sente um calafrio.

"Mas o que é...?"

Humanos têm a estúpida função de ficarem intrigados por algo horripilante.

Kamijou não pode se controlar enquanto dava o primeiro passo para frente, então outro passo. Finalmente, ele vê a coisa.

Index, a garota mágica, estava desmaiada bem ali devido à fome.

"... Umm..."

Embora algumas partes estejam bloqueadas pelos robôs, qualquer um poderia dizer que essa freira branca que tem alfinetes de segurança brilhando por toda a sua roupa tinha desmaiado novamente.

Os três grandes robôs continuavam a bater em Index, mas ela não se movia. Isso parecia assustadoramente similar a corvos bicando em suas comidas na cidade - realmente lamentável. Na verdade, os robôs de limpeza eram habilitados para evitar pedestres e obstáculos. Significa que os robôs nem estão tratando Index como uma humana - Que triste.

"Oi! O que você está fazendo ai?"

Ele grita enquanto começa a correr. Apenas essa cena sozinha faz Kamijou parecer como um estudante do primário que não dormiu por um dia. Ele se aproxima dela, passo após passo, e essa sensação é como correr feliz para comprar um RPG no dia em que foi lançado. O próprio Kamijou não entende por que ele está tão animado.

Index ainda não havia percebido que Kamijou estava ali.

Ao ver Index assim, Kamijou Touma pensa “Isso realmente se adequa a você” e acha isso engraçado.

Após isso, Kamijou percebe que Index estava deitada em uma poça de sangue.

"... Ah...?"

Por um instante, Kamijou não estava chocado, mas intrigado.

Ele estava bloqueado por esses robôs de limpeza, então ele não viu isso. Index, que está deitada no chão, tem um corte profundo próximo de sua cintura. A ferida era realmente reta; é basicamente como usar uma régua e uma lâmina para cortar uma placa ondulada. E mais, a ponta da frente do cabelo prateado também estava quase cortada. Mesmo esse cabelo prateado estava tingido em vermelho pelo sangue que estava vazando da ferida.

Nesse momento, Kamijou nem pensou que isso fosse sangue humano. 45




Um minuto antes e um minuto depois, a grande diferença na realidade deixa Kamijou confuso. Essa coisa vermelha... Isso é molho de tomate? Será que Index ficou tão faminta que ela usou suas últimas forças para tirar um pouco de molho de tomate? Essa imagem é realmente engraçada, e Kamijou realmente quer rir.

Mas não pode.

Como poderia?

Os três robôs soltam sons de quebra, se movendo para frente e para trás. Eles ainda estavam limpando a bagunça no chão; o fluído vermelho que estava continuamente vazando do corpo de Index e se espalhando no chão. Parece que eles estão usando uma roupa suja e rodando no ferimento, tentando remover o fluído de Index.

"Parem... Parem com isso! PAREM COM ISSO! DROGA!"

Kamijou finalmente reconhece a realidade enquanto ele freneticamente carrega um dos robôs de limpeza que estava amontoado na Index gravemente ferida. Mas os robôs de limpeza foram feitos pesados para prevenir de serem roubados. E com a força deles, é difícil puxá-los dali.

Embora Kamijou tentasse seu melhor, era difícil puxar um único robô de limpeza que é pesado e forte, imagine três. E no momento que ele remove um, os outros dois iriam se mover em direção à sujeira.

Mas Index não estava zombando dele

A cintura que tinha ficado roxa devido a enorme perda de sangue não estava se movendo. E uma dúvida era se ela estava ao menos respirando.

"Droga! Droga!"

A mente de Kamijou está toda confusa enquanto ele pergunta,

"O que está acontecendo? Você está brincando! DIGA-ME QUEM FEZ ISSO!"

"Oh? Nós 'mágicos' somos os responsáveis por isso, huh?"

Então-- a voz que veio por detrás definitivamente não saiu da boca de Index.

Kamijou se vira para trás imediatamente, em uma postura que o faz parecer que está prestes a se mover para frente. Elevador... Ninguém. Mas tem um homem parado na escada de emergência. Parece que ele pegou as escadas.

Esse cara pálido tinha uns 2 metros de altura. Ele com certeza parece mais jovem que Kamijou. 46 47




Ele parece ser mais velho que Index, mais ou menos 14 ou 15. Olhando para sua altura, ele parece ser um estrangeiro. E pelo seu vestuário... Ele se parece com o sacerdote de alguma igreja, pois está usando roupas pretas de padre. Mas olhando em volta de todo o mundo, é muito provável que ninguém iria acreditar que essa pessoa é um sacerdote.

Talvez ele esteja em uma posição de onde o vento vem, ele está a, pelo menos, 15 metros longe de Kamijou, ainda assim Kamijou consegue sentir um doce cheiro de colônia. Seus cabelos estavam tingidos de vermelho na cor do pôr-do-sol, e há anéis prateados nos cinco dedos nas duas mãos dele. Ele tem muitos brincos, e há uma decoração de celular no seu bolso. Ele está mordendo um cigarro que está balançando, e a coisa mais exagerada é que tem um código de barras tatuado embaixo do olho direito dele.

Não parece certo chamá-lo de sacerdote, nem certo chamá-lo de delinquente.

O homem está parado no corredor. A atmosfera envolvendo ele é, obviamente, de alguma maneira anormal.

Bem ali, parece que toda a lógica que Kamijou sabe não é mais útil. Bem ali, parece que o mundo segue uma regra diferente. Essa atmosfera estranha continua a se espalhar em volta como se tivesse sido tocada por uma mão gelada.

O sentimento inicial que Kamijou sentiu não foi 'medo' nem 'raiva'.

Os sentimentos estavam 'confusos' e 'perturbados'. É como se a carteira dele tivesse sido roubada em um país com linguagem estrangeira com a qual ele não é familiar, cheio de desespero e solidão.

Esse sentimento de toque gelado se espalha por todo o seu corpo... Seu coração começa a congelar. Nesse momento, Kamijou percebeu isso.

Essa pessoa é um mago.

Esse lugar se tornou outro 'mundo diferente'. Bem aqui, esse personagem especial chamado de mago existe.

Kamijou pode ver isso imediatamente.

Mesmo embora ele não acredite nesse termo chamado 'mago'.

Essa pessoa na frente dele não pode ser explicada pelo conhecimento comum do seu próprio mundo.

"UU? Hmm... parece que esse golpe foi realmente forte."

O mágico balança o cigarro em sua boca enquanto olha em volta, e diz,

"Embora eu saiba que Kanzaki a golpeou... Eu fiquei aliviado quando eu vi que não havia nenhuma trilha de sangue."

O mágico vê o robô de limpeza atrás de Kamijou Touma. 48




Index parece ter sido cortada em algum outro lugar e ter lutado para vir aqui antes de desmaiar. Deveria haver traços de sangue por todo o lugar, mas eles parecem ter sido limpos pelos robôs de limpeza.

"Mas... Por que...”.

Kamijou inadvertidamente murmura para si mesmo.

"Hm? Você está perguntando por que ela voltou aqui? Quem sabe, talvez ela tenha esquecido algo. Ah é, quando ela foi atingida ontem, ela ainda estava usando um gorro de freira. Quem sabe onde ele caiu?"

O mago na frente dele havia usado as palavras 'voltou aqui'.

Em outras palavras, enquanto Index se movia por ai o dia inteiro, ela estava sendo monitorada por eles. Eles até sabiam que o gorro branco de freira dela havia sido perdido.

Index disse antes que os mágicos podiam sentir o poder mágico da "Walking Church".

Ela também disse antes que esses mágicos a seguiram pelo 'poder único' da "Walking Church".

Quando o 'sinal' foi interrompido, os mágicos também deveriam saber que a "Walking Church", de onde sai o sinal, foi destruído.

A própria Index sabia disso.

Porém, ela não tinha opção senão usar as capacidades defensivas da "Walking Church".

Mas... Por que ela está aqui novamente? A "Walking Church" foi destruída e não pode ser usada, então por que ela voltou pelo gorro? Desde que a "Walking Church" foi destruída pela mão direita de Kamijou, havia algum sentido em pegar de volta aquele gorro... ?

"... Você quis dizer que mesmo que eu desça no inferno, você me acompanharia?"

Em um instante, todos os cenários estão juntos.

Kamijou finalmente pensa nisso. O gorro da "Walking Church" que foi deixado dentro da casa de Kamijou não foi tocado pela mão direita dele.

Em outras palavras, esse gorro ainda está radiando energia mágica. Ela deveria estar preocupada que os mágicos iriam seguir a energia mágica e chegar ao quarto de Kamijou.

Mas, ela correu um grande risco quando 'voltou aqui'.

"... Sua idiota."

Não há porque se arriscar nisso. O motivo pelo qual a "Walking Church" havia sido destruída era culpa de Kamijou. Kamijou já sabia sobre o gorro de freira que foi deixado por ela, ele apenas o deixou ali e não se preocupou com isso. E mais importante... Index não tinha um motivo para proteger a vida de Kamijou, também não tinha nenhum direito e nem privilégio.

Mesmo assim, ela ainda voltou. 49




Para um estranho, uma pessoa chamada Kamijou Touma que ela conheceu por apenas 30 minutos.

Ela arriscou sua vida para prevenir que Kamijou Touma ficasse envolvido na guerra dela contra os mágicos.

Ela só tinha que voltar.

"--Sua idiota!"

O cenário da Index deitada ali, imóvel, deixa Kamijou ainda mais furioso.

Antes disso, Index disse que o 'azar' de Kamijou é resultado da sua mão direita.

A mão direita de Kamijou poderia, passivelmente, apagar qualquer 'poder sobrenatural' como 'bênçãos de Deus', a 'fita vermelha do destino'.

Se Kamijou não tivesse usado sua mão direita para tocá-la tão aleatoriamente, a "Walking Church" da roupa de freira não teria sido destruída, e ela não iria ter arriscado sua vida para voltar aqui.

Não, esses não são os problemas principais.

Não importa qual habilidade a mão direita de Kamijou tenha, não importa se a "Walking Church" foi destruída, não haviam motivos suficientes para ela voltar.

Isso é tudo porque Kamijou queria um 'elo'.

Se ele tivesse devolvido o gorro de freira, isso não teria que ter acabado assim.

"Hm? Oi, oi? Não olhe pra mim assim!"

O mágico balança o cigarro em sua boca enquanto diz,

"Eu não cortei 'essa coisa', foi Kanzaki. E Kanzaki não pretendia ferir criticamente 'essa coisa'. A 'Walking Church' tem defesas absolutas, e esse nível de ataque não deveria deixar nenhum arranhão nela... Eu me pergunto como a "Walking Church" foi destruída? A menos que o dragão de S. Jorge desça novamente, uma barreira de nível do Papa não deveria ser destruída..."

Após aparentemente murmurar para si mesmo no final, o sorriso do mágico desaparece.

Porém, é apenas por um instante. Logo depois, ele estava balançando o cigarro em sua boca novamente.

"Por que..."

Kamijou, inadvertidamente, faz uma pergunta que ele nem quer que outra pessoa responda.

"Por que...? Eu realmente não acreditava em mágica, e eu não posso entender que tipo de organismos são essas coisas chamadas de magos... Mas... Deveria haver algum bem e mal no seu mundo, certo? Deveria haver algumas coisas que você quer proteger, e guardiões..." 50




Kamijou sabe muito bem que como alguém sendo hipócrita, ele não tinha direito de perguntar isso.

Além disso, ele abandonou Index e retornou para sua vida normal.

Mesmo assim, Kamijou tinha que perguntar.

"Um grupo grande de pessoas, e vocês estavam perseguindo uma garota inocente, e até a cortaram gravemente... Como vocês conseguem se manter pela sua própria justiça após fazer algo assim?"

"Eu disse antes. Aquele que a cortou não fui eu, mas Kanzaki."

Porém, o mágico reusa essas palavras um tanto simples sem nenhum senso de remorso.

"Porém, se há alguma ferida ou não, nós ainda temos que recuperar isso."

"Re... Recuperar...?"

Kamijou não entende essas palavras.

"Hm? Ah... entendi. Eu acabei de ouvir você dizer 'mago', então assumi que você sabia tudo! Parece que 'essa coisa' te envolveu nisso também?"

O mágico assopra um pouco de fumaça, e continua,

"Exato, nós estamos recuperando isso. Porém, nós não estamos realmente recuperando 'essa coisa', mas também os 103.000 grimórios que 'essa coisa' guarda."

... Aqueles '103.000 grimórios' novamente.

"Oh sim, a visão religiosa desse país é bastante fraca, então você talvez não entenda isso."

O mágico sorri enquanto usa um som entediado para explicar,

"Index Librorum Prohibitorum-- Nos termos da sua linguagem, isso pode ser traduzido como "Index". O Index é um catálogo de todos os grimórios malignos que a igreja sente que podem 'corromper uma alma após apenas uma olhadela. ' Pense, mesmo se a igreja anunciar que existem vários grimórios maus no mundo, eles podem, sem querer, pegá-los para ler se eles não souberem o nome, certo? Mas, a igreja propositalmente deixou 'essa coisa' carregar esses 103.000 'modelos malignos', que é igual a um agrupamento de todos os grimórios malignos. Oh sim, eu te aviso para ser cuidadoso. Para um país com uma visão fraquíssima de religião, os grimórios que 'essa coisa' carrega podem deixar qualquer um aleijado."

Mas Index claramente não tinha nenhum grimório nela. Ela está, obviamente, apenas vestindo uma roupa branca de freira, e mesmo se ela estivesse escondendo os grimórios debaixo da roupa, qualquer um poderia ver isso. Além disso, como uma única pessoa pode carregar 100.000 grimórios por ai? 100.000 grimórios... Podem lotar uma biblioteca inteira.

"VOCÊ ESTÁ DE BRINCADEIRA! ONDE ESTÃO OS GRIMÓRIOS!?"

"Eles estão no cérebro dela." 51




O mágico casualmente diz,

“Já ouviu falar de memória fotográfica? Dizem ser um poder, 'apenas por olhar para o item uma única vez, a pessoa pode lembrar-se dele para o resto de sua vida, não esquecendo uma única palavra. ' Basicamente, um scanner em forma de humano."

O mágico ri e diz em um tom desinteressado,

"Essa não é nossa mágica, nem são esses poderes que você tem, é apenas um atributo. No cérebro dela, existem 'grimórios' de todo o mundo. O Grande Museu Britânico, museu do Louvre, museu do Vaticano, as ruínas de Pataliputra, a cidade anciã de Compiègne, o monte de S. Michel da Abadia... Esses foram originalmente selados e não podem ser roubados, mas ela pode usar esses olhos para 'roubar' esses grimórios e mantê-los no cérebro dela, como uma 'livraria mágica'."

Como é possível algo assim existir?

Que grimórios, que memória fotográfica, essas coisas são tão ridículas.

Porém, a coisa mais importante não é se isso é 'real'. Mais importante, há uma garota bem na frente dele 'que foi derrubada por um corte por algumas pessoas que realmente acreditam nisso'.

"Porém, ela não pode criar nenhum poder mágico, então ela é imune a isso."

O mago balança alegremente o cigarro em sua boca enquanto ele diz,

"Parece que as pessoas na 'Igreja' não são idiotas, fazendo-as impossibilitadas de usarem magia. Porém, essas coisas não são relacionadas a mim, porque eu sou um mago. De qualquer modo, o que eu quero fazer é dar ênfase de que esses 103 mil grimórios são perigosos. Seria trabalhoso se ela fosse pega por magos, então nós estamos a protegendo."

"Pro... Protegendo...?"

Kamijou está chocado. Bem agora, Index está deitada na poça de sangue, e ainda assim essa pessoa na frente dele pode dizer essas palavras.

"Sim, protegendo. Mesmo se 'essa coisa' tenha alguma consciência moral, ela não pode se manter contra interrogatórios e torturas com drogas, certo? Você não se sentiria constrangido se tal garota acabasse nas mãos de tais homens ruins?"

"..."

Uma parte do corpo de Kamijou começa a tremer.

Isso não é só uma simples raiva, enquanto inchaços começam a aparecer no braço de Kamijou. O homem na frente dele apenas acredita estar certo. Ele está vivendo em uma vida cheia de erros que ele não consegue ver. Vendo esse tipo de pessoa, Kamijou sente como se ele estivesse atirado em uma piscina cheia de dezenas de milhares de lesmas, a náusea varre seu corpo.

Uma frase aparece na mente de Kamijou: Um grupo religioso fanático. 52




Essas pessoas estavam machucando outras só por causa de algumas 'desilusões' sem base, fazendo ele tão irritado a ponto de atingir o limite.

"Seu bastardo--!"

Como resposta a sua raiva, Kamijou sente que sua mão direta está esquentando também.

Eles não estavam se movendo antes, mas agora, seus pés estavam se movendo mais rápido que seu cérebro. O corpo pesado que é feito de carne e osso voa em direção ao mago igual a um canhão. Seu punho direito está fechado firmemente, como se ele estivesse prestes a quebrar seus dedos.

A mão direita de Kamijou é inútil. Ela não pode bater em delinquentes ou aumentar marcas de testes, e ela não pode ajudar ele a se tornar popular entre as garotas.

Mas a mão direita de Kamijou é muito útil. Pelo menos ela pode ser usada para arrebentar esse bastardo na frente dele.

"Meu nome é Stiyl Magnus. Mas nesse momento, eu devo me chamar Fortis931...”.

O mago parece imóvel enquanto ele simplesmente sorri levemente, balançando aquele cigarro.

Após isso, o mágico parece murmurar algumas palavras, e começa a explicá-las para Kamijou com uma expressão como se ele estivesse apresentando seu amado e bem educado gato para alguém.

"Esse é meu nome de mágico. Eu suponho que você nunca tenha ouvido falar de nomes mágicos, certo? Por algum motivo, quando nós mágicos usamos mágica, nós somos proibidos de usar nossos nomes reais. Essa é uma tradição antiga que foi passando pra frente, então eu não sei exatamente o motivo...”.

Ambos estavam mais ou menos a 15 metros de distância um do outro.

Kamijou Touma apenas usou três passos para acabar com metade da distância.

"'Fortis'-- Quando essa palavra é traduzida para o japonês, ela significa 'forte'. Porém, a linguagem original disso não é importante, o que é importante é que entre magos, pronunciar um nome de mágico não apenas significa que nós estamos prestes a usar mágica, isso também significa..."

Kamijou Touma rapidamente dá mais 2 passos para a frente.

Mas o sorriso do mágico não desaparece. Talvez para ele, Kamijou não é suficiente para fazê-lo parar de sorrir.

"... Um nome de morte."

O mago Stiyl Magnus empurra o cigarro pra fora da sua boca enquanto ele o roda com seus dedos. 53




Com os restos e o fogo brilhando, o cigarro voa em linha reta, passando pelo corrimão de metal e atingindo o muro no prédio da vizinhança.

Uma linha laranja segue o traço de fumaça, atingindo o muro e soltando faíscas.

"Quenaz (Oh chamas)--"

Após Stiyl sussurrar isso, a linha laranja de repente explode.

É como acender fogo em uma mangueira que está cheia de gasolina, assim aparecia uma espada de fogo.

A tinta nos muros gradualmente se torna preta, como se um isqueiro tivesse sido usado para queimá-la.

Não há necessidade de tocar isso, alguém poderia apenas ver e sentir como se os olhos estivessem prestes a queimar. Isso faz Kamijou parar e erguer suas mãos para proteger seu rosto.

Os pés de Kamijou o faziam sentir como se ele estivesse pregado ao chão.

Uma dúvida aparece na sua mente.

O 'Imagine Breaker' é dito capaz de dispersar qualquer 'poder sobrenatural'. Mesmo a usuária de nível cinco, Misaka Mikoto atira a railgun que pode passar por um abrigo nuclear, mas não pode evitar o fato de ser dispersa.

Porém, existe uma questão importante...

Kamijou nunca viu qualquer 'poder sobrenatural' além de 'poderes esper'.

Em outras palavras, ele nunca tinha tentado isso antes.

E sobre mágica?

Para esse misterioso poder chamado “mágica”, a mão direita de Kamijou poderia realmente funcionar?

"-- Purisaz Naupiz Gebo (Conceda o presente do gigante sofrimento)!"

Kamijou, que está protegendo seu rosto com as duas mãos, está enfrentando um mago sorridente.

Stiyl Magnus sorri enquanto ele balança a espada de fogo em direção a Kamijou Touma.

Antes que tocasse em Kamijou, a espada de fogo perde sua forma, e tudo em volta explode como se fosse uma explosão vulcânica.

O calor, luz, explosões, fumaça, tudo isso aparece.

"Será que eu exagerei um pouco?"

O mágico murmura para si mesmo. 54




A cena na frente dele é como se tudo acabasse de ter sido bombardeado. Stiyl coça sua cabeça. Antes disso, ele havia confirmado. Como hoje é o primeiro dia das férias de verão, quase todos que viviam ali saíram para se divertir. Mas se houver alguma pessoa que tenha se trancado dentro do dormitório e não pudesse sair, isso poderia causar problemas.

A visão na frente dele está bloqueada por fumaça preta e chamas.

Porém, não há motivos para checar se Kamijou está vivo ou não. Esse acerto foi de uma chama infernal de 3000°C, e uma vez que o corpo humano alcance a temperatura de 2000°C ou mais, ele irá 'derreter' antes de ser 'queimado'. O destino dessa pessoa é definitivamente parecido com o da maçaneta de metal que derreteu e virou um doce derretido. Não poderá ser removida nunca da parede, como se alguém tivesse grudado algum chiclete.

Stiyl suspira, pensando,

"Que bom que eu propositalmente o irritei e o tirei do caminho de Index. Se ele tivesse usado Index como escudo, isso seria muito mais complicado."

...Pensando nisso, ele não pode pegar Index agora.

Stiyl suspira novamente. Mesmo sendo Stiyl, ele não pode passar pelo muro flamejante na frente e chegar a Index. Se houvessem escadas do outro lado, ele poderia ter ido em volta e tê-las usado. Mas Index estaria perdida se ela pegasse fogo enquanto ele faz o caminho até ela.

Stiyl balança sua cabeça relutantemente. Após isso, ele tenta olhar através da espessa fumaça e diz,

"Desculpe por incomodá-lo, mas você falhou. Olhando para o seu padrão, parece que você não pode me vencer mesmo se nós lutássemos 1000 vezes.”

"Quem você disse... Que não pode te vencer?"

A voz que veio das chamas infernais faz o mago congelar.

BOOM! Um vórtice aparece, englobando as chamas e fumaça preta em volta.

É como se um tornado de repente aparecesse no meio das chamas e fumaça.

Kamijou Touma estava ali.

A maçaneta de metal derrete igual um doce derretido, a tinta no chão e os muros estavam todos desbotados, e as luzes que estavam derretendo sob o intenso calor continuam a cair-- e ainda assim nesse ardente e quente inferno, o garoto ainda está sem ferimentos.

"... Realmente, está certo, era disso que eu estava com medo--"

Kamijou irritadamente move seus lábios enquanto murmura para si mesmo.

"-- Não foi essa mão direita aquela que destruiu a "Walking Church" de Index?”.

Para ser honesto, Kamijou não entende o que é "magia". 55




Ele não entende como funciona, não entende que tipo de convicção é essa que está trabalhando no ar invisível. Mesmo se alguém fosse explicar tudo pra ele, ele iria entender apenas metade.

Porém, esse idiota Kamijou sabe uma coisa.

No final das contas, isso é só um 'poder sobrenatural'.

As brilhantes chamas vermelhas que estavam estourando ainda não estão completamente extinguidas.

As chamas restantes cercam Kamijou como um círculo perfeito, continuamente queimando. Mas...

"Saia do meu caminho!"

Kamijou disse isso enquanto usa sua mão direita para tocar essas chamas. As chamas mágicas que estão acima de 3000°C evaporam no mesmo instante.

É como assoprar todas as velas de um bolo de aniversário.

Kamijou Touma olha para o mago na frente dele.

O mago na frente dele começa a demonstrar medo como um humano normal, provavelmente devido a esse 'resultado inesperado'.

Está certo, magos são humanos comuns também.

Eles irão sentir dor quando forem atingidos, eles irão sangrar mesmo se uma faca de 100 Ienes for usada para cortá-los.

Eles não são muito diferentes de humanos comuns.

Os braços e pernas de Kamijou começam a se mover.

MOVER!

"--Ugh..."

Na outra mão, Stiyl sente medo com a lembrança desse fenômeno inexplicável, e dá um passo pra trás.

Baseado no que há em volta, parece que esse acerto foi perfeito. Se tivesse, esse garoto é realmente capaz de usar seu corpo para aguentar 3000°C de temperatura? Não, nenhum humano pode resistir a isso.

Kamijou Touma não liga para o que Stiyl está pensando.

Com o punho direito que estava fechado com força igual uma pedra, Kamijou lentamente se move em direção a Stiyl, dando um passo para frente.

"Cheh!" 56




Stiyl balança sua mão horizontalmente, e cria uma nova espada de fogo, acertando Kamijou com força.

Ela explode novamente, e as chamas e fumaça se espalham.

Mas após as chamas e fumaça se dispersarem, Kamijou Touma ainda estava ali.

...Não me diga... Que ele pode usar magia?

Stiyl murmurou para si mesmo. Porém, ele imediatamente nega essa suposição. Esqueça sobre dizer que não existe nenhuma magia nesse mundo; ali definitivamente não teria nenhum mago nesse país estúpido que considera o Natal como um dia para marcar para sair.

E... E, além disso... Se Index, que não tem nenhum poder mágico, fosse se aliar a esses 'magos', não haveria motivo nenhum para ela 'escapar'.

As coisas no cérebro de Index são terríveis assim.

Os 103.000 grimórios mágicos que ela guarda são muito mais perigosos que uma explosão nuclear.

Toda a vida irá morrer, uma maçã irá sempre cair, um mais um irá sempre ser igual a dois... Existem leis que nunca irão mudar, e mesmo elas, elas podem ser destruídas pela magia gravada, e então modificadas e recriadas. Um mais um irá virar três, as maçãs irão cair pra cima, e a vida que está morta será revivida novamente.

Um mágico que pode fazer tudo isso é chamado de Majin.

Não está se referindo a um 'deus de magia', mas o mais avançado nas técnicas da magia, um mago que ganhou poderes 'de deus'.

Um Majin.

Porém, ele não consegue sentir nenhum 'poder mágico' nesse garoto.

Alguém poderia ver um mago só de olhar, mas o garoto na frente não tem um 'gosto que pertença ao mesmo mundo dele'.

Então, como ele fez isso?

"!!"

De maneira a esconder sua tremedeira, Stiyl balança sua espada de fogo contra Kamijou.

Dessa vez, porém, não explodiu.

Kamijou usou sua mão direita para mandar a espada de fogo embora como se ele estivesse a atirando para longe. Nesse momento, a espada de chamas se quebra igual vidro, e então se dissolve no vazio.

A espada de fogo de 3000°C foi destruída por uma mão direita que não estava carregada por qualquer mágica.

"... Ah..." 57




De repente, realmente de repente, Stiyl Magnus pensou em algo.

A "Walking Church" na roupa de Index é classe de papa, e seu poder pode alcançar o nível de encantamento na Catedral de Londres. Esse nível de proteção foi dito inquebrável a menos que o dragão de S. Jorge desça.

Porém, Index, que foi cortada por Kanzaki, tinha sua "Walking Church" completamente destruída.

Quem fez isso? E como?

"... ... ..."

Kamijou havia chegado bem na frente de Stiyl.

Um passo a mais, e ele estará no alcance para dar um soco.

"… MTWOFFTO (Um dos cinco elementos que construiu a terra), IIGOIIF (O grande criador das chamas)...”.

Stiyl está começando a suar frio. Para ele, esse organismo que está usando uniforme de verão e que tem o formato de um garoto humano pode não ser um humano por dentro da pele, mas algum forte e misterioso material.

Pensando nisso, um calafrio corre pela espinha de Stiyl.

"IIBOL (A luz de salvação que deu nascimento a vida), AIIAOE (a luz do julgamento que pune os malfeitores)... IIMH (Enquanto traz paz e estabilidade ao mesmo tempo), AIIBOD (também destrói o frio e azar obscuro)... IIZF (Fogo é o nome), IIMS (espada é o título)!... (Mostre-se), MMBOP (Engula a si mesmo, torne-se um poder)--!"

Partes da roupa de padre de Stiyl começam a se partir, e uma força de dentro pra fora faz os botões se soltarem.

BOOM! Uma enorme explosão pode ser ouvida. É o resultado das chamas absorvendo oxigênio. Uma gigantesca bola de fogo voa pra fora de seu casaco. Além disso, não é uma bola de fogo comum.

No centro da brilhante e vermelha bola de fogo, há um 'núcleo' que é espesso e é da cor preta do óleo. O núcleo parece humano, e esse ardente núcleo faz alguém pensar sobre as aves marinhas que eram cobertas por óleo após um acidente no mar.

O nome é 'Innocentius', a intenção 'é matar'.

O gigante deus flamejante com intenções de matar estica seus braços, se carregando em direção a Kamijou como um canhão--.

"NÃO ENTRE NO MEU CAMINHO!"

THOMP!

Kamijou irritadamente balança uma das mãos de trás para frente, e sente como se ele estivesse puxando uma aranha na frente dele. 58




Para pensar que a carta trunfo de Stiyl Magnus foi negada por Kamijou. O gigante, flamejante homem de óleo semideus se espalha no chão em poças, como se uma ponta tivesse sido usada para perfurar uma bola d'água.

"...?"

Porém, Kamijou Touma não dá um passo para frente. É claro, não existe nenhuma razão óbvia.

Kamijou apenas vê Stiyl continuamente rindo em silêncio mesmo após essa carta trunfo. Essa expressão faz Kamijou ficar com medo de dar o último passo para frente tão facilmente.

O som de espesso líquido borbulhando em volta pode ser ouvido em todo o lugar.

"O que--?"

Kamijou entra em pânico enquanto dá um passo para trás. Nesse momento, a espuma preta se carrega se todo o lugar, e se reconstrói novamente em um formato humanoide.

Se ele tivesse dado um passo para frente, ele iria definitivamente ser atacado totalmente pelas chamas em volta.

Kamijou está confuso sobre o que está acontecendo na frente dele. Se o efeito 'Imagine Breaker' da sua mão direita que ele declarava estivesse correto, então mesmo os milagres descritos nessas lendas deveriam ser destruídos também. Até onde 'mágica' é também chamada de poder sobrenatural, ela deveria ser 'completamente negada' quando fosse tocada...

O óleo nas chamas começa a se mover e muda de formatos, e finalmente, fica no formato de um gigante segurando uma espada de duas mãos.

Não, isso não deveria ser chamado de espada; isso deveria ser chamado de uma cruz gigante que tem mais de 2 metros de comprimento e que pode facilmente conduzir alguém para a morte.

O gigante levanta a cruz com as duas mãos e a joga pra baixo na cabeça de Kamijou como um machado.

"...!"

Kamijou imediatamente usa sua mão direita para bloquear. Além da habilidade própria da sua mão direita, Kamijou é basicamente um estudante comum do ensino médio. Percebendo esse ataque vindo, ele não pode ver claramente e desvia dele.

CLANG! A cruz e a mão direita colidem.

Dessa vez, o gigante não evapora. Kamijou sente como se sua mão direita estivesse sendo pressionada contra um pedaço de borracha, mas sua mão não pode aguentar por muito tempo. Além disso, o inimigo está usando duas mãos, e Kamijou só pode usar uma mão. A cruz flamejante começa a se aproximar de Kamijou por cima.

Kamijou, que não sabe o que está acontecendo, percebe algo. Esse corpo flamejante ou coisa chamada de 'Innocentius' reagiu à mão direita de Kamijou. Porém, ele pode reviver 59




imediatamente após ser destruído. O tempo entre destruição e ressurreição é como se não fosse nem um décimo de segundo.

A habilidade de sua mão direita está selada.

Quando ele perder a força na sua mão direita, Kamijou irá imediatamente ser queimado a cinzas por 'Innocentius'.

"--Runa..."

Kamijou parece ouvir algo.

Essa situação tensa torna-o impossibilitado de virar para trás. Porém, Kamijou pode ouvir de quem era essa voz.

"-- As 24 runas que simbolizam 'mistérios' e 'segredos'... as pessoas germânicas começaram a usar linguagem mágica desde o segundo centurião antes de cristo. É dito que essa era a origem do inglês."

Embora Kamijou possa ouvir a voz de Index, ele ainda não consegue acreditar.

"O que...?"

Index já está morrendo, mas como ela pode dizer essas palavras tão calmamente?

"-- É inefetivo atacar 'Innocentius' pela cabeça. Sem remover as 'runas-selo', nos muros, chãos, forros, e todos os tipos de lugares, ele irá continuar a se regenerar."

Kamijou Touma usa sua mão esquerda para pegar no pulso direito, mal podendo manter a cruz.

Com um calafrio no seu coração, ele olha pra trás.

A garota ainda está deitada ali. Porém, Kamijou está incapacitado de chamá-la Index, porque os olhos da garota estão sem emoções, igual um robô.

Para cada palavra que a garota falava, o ferimento continuava a sangrar.

Porém, a garota não se importa com o ferimento dela; ela é como uma 'função' que é basicamente designada para explicar mágica.

"Você... Você... Você é Index, certo?"

"Sim. Eu sou a biblioteca mágica que está afiliada ao setor 0 dos Anglicanos Ingleses, 'Necessarius’. Meu nome próprio é Index Librorum Prohibitorum, mas só me chamar Index já seria suficiente."

Vendo que a biblioteca mágica nomeada Index tem esse significado de existência, Kamijou sente um calafrio por todo o seu corpo, até esquecendo que ele está prestes a ser detonado pelo gigante deus flamejante.

"Eu acabei a minha introdução, então, por favor, me permita voltar para a explicação das runas. Basicamente, elas são como o reflexo da lua em um lago... Não importa como 60




alguém use uma espada para cortá-la, não faz sentido. Se alguém quer cortar a lua na água, a pessoa tem que destruir a lua verdadeira no céu."

Após Index ter dito isso, Kamijou se lembra do inimigo que está na frente dele.

Será que ela quis dizer que esse não é o corpo principal desse 'poder sobrenatural'? Como o relacionamento entre filmes e figuras, o gigante flamejante deus iria continuar revivendo se 'a outra força sobrenatural' que continua a criar o gigante deus flamejante não fosse destruída?

Não existe magia nesse mundo. Esse 'conhecimento comum' já estava gravado no coração de Kamijou.

Além disso, sua mão direita estava selada por 'Innocentius'. Kamijou, que está preso e não pode se mover uma polegada, está impossibilitado de seguir as instruções de Index. Index está agora deitada em uma poça de sangue, então ela não pode ir lá ajudá-lo.

"Cinzas para cinzas...”.

Atrás do gigante deus flamejante, Stiyl cria uma espada de fogo com sua mão direita.

"Areia para areia...”.

Uma espada azul esbranquiçada aparece na mão esquerda de Stiyl, nem um único som foi produzido.

"... Enjoada estrada maldita!"

Com esse forte e forçado grito, as duas espadas de fogo cortam horizontalmente dos dois lados, como se estivessem tentando cortar Kamijou junto com o gigantesco deus flamejante como um par de tesouras. Kamijou, que está com a mão direita presa por 'Innocentius', não pode se defender.

Droga... Droga... Tenho que fugir primeiro--!

Kamijou Touma não tem nem tempo de soltar um grito.

As duas espadas flamejantes atingem o gigantesco deus flamejante, e como se uma bomba gigante tivesse sido fundida, uma grande explosão ocorre. 61




Parte 7

Após as chamas e a fumaça se espalharem, a área nas redondezas estava igual ao inferno.

As grades de metal mudaram de formato igual um doce derretido, e até os azulejos do chão derreteram-se e ficaram iguais a algo adesivo.

A pintura das paredes se descascou, revelando a superfície de concreto atrás dela.

Porém, o garoto não podia ser visto.

Stiyl pode apenas ouvir passos que estão se movendo para longe.

"... 'Innocentius'!"

Stiyl ruge, e as chamas nas redondezas se juntam novamente em um formato humanoide, passando a maçaneta da porta e movendo-se em direção dos passos.

Porém, no fundo, Stiyl está realmente impressionado. Antes da explosão, Kamijou fez uso das duas espadas de Stiyl e soltou sua mão direita, antes de escapar facilmente pulando pelas grades.

Quando estava caindo, Kamijou agarrou as grades do andar inferior, e puxou a si mesmo de volta ao corredor. Em pensar que ele se atreveu a fazer isso sem qualquer corda ou medida de segurança, parece que esse garoto não tem medo algum da morte.

"Porém... Está certo."

Stiyl sorri. Graças ao conhecimento dos 103,000 grimórios mágicos na cabeça de Index, Kamijou sabe a fraqueza das runas. Estava certo, a runa mágica de Stiyl pode apenas ser ativada quando as 'runas estão impressas'. Por sua vez, quando as 'runas gravadas' são destruídas, não importa quão forte a mágica seja, ela irá perder efeito.

"Mas e daí?"

Stiyl parece realmente relaxado quando diz isso,

"Você não vai conseguir fazer isso. Você não é capaz de destruir todas as runas nessa construção."

"Droga! Eu vou morrer! Eu realmente vou morrer dessa vez!"

Mesmo após saltar das grades no sétimo andar sem estar preso a qualquer corda, o coração de Kamijou ainda está batendo feito louco.

Correndo no corredor, Kamijou começa a olhar em volta. Atualmente, ele não acredita completamente em Index, e está pretendendo fugir de Innocentius antes do próximo ataque.

"DROGA! O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!"

Mas após ver o que estava em sua frente, Kamijou não se contem e então grita. 62




O problema não é onde as runas estariam escondidas nesse enorme dormitório de estudantes, mas sim quão óbvias elas estão. O chão, as portas, os extintores de incêndio... Esses pedaços de papel que não são maiores do que cartões de telefones públicos cobriam cada canto da construção.

De acordo com a explicação de Index (Embora Kamijou não queira lembrar mesmo daquele rosto sem emoção), essa mágica tem algo como uma barreira que bloqueia os pulsos eletromagnéticos, e esses pedaços de papel emitem algum tipo de onda eletromagnética para bloquear a antena... Deve ser isso, certo...? Mas como ele vai desgrudar essas dezenas de milhares de pedaços de papel?

*BOOM!* O som de chamas absorvendo oxigênio. No outro lado das grades de metal, a chama com formato humanoide desce de cima.

"DROGA!"

Se ele for pego novamente, ele não será capaz de escapar fácil assim! Kamijou imediatamente pula para a escada de emergência do lado dele. Correndo nas escadas, Kamijou vê que cada canto e até o teto está coberto com runas. Na verdade, ao invés de chamá-las runas, estas são apenas alguns pedaços de papel com marcas misteriosas neles, colados em todo o lugar com fita adesiva.

Qualquer um poderia dizer que elas foram feitas numa fotocopiadora, e em larga escala.

Essas coisas falsas podem funcionar também? Kamijou dúvida disso, mas pensando melhor, essas cartas de tarô que geralmente vêm com mangás shoujo também podem ser usadas para adivinhação, e não é a bíblia produzida em massa pela impressão também?

Essa coisa chamada mágica... É realmente demais!

Ele realmente quer chorar. Deve haver dezenas de milhares dessas "runas gravadas". Ele pode mesmo achar todas elas? E mesmo se ele tivesse que tentar achá-las todas por si mesmo, não iria Stiyl estar fazendo novas e as colando em todo lugar...?

Como se estivesse tentando interromper o processo de seus pensamentos, Innocentius novamente aparece de cima.

"DROGA!"

Kamijou desiste de correr pelas escadas, e se move para o corredor ao seu lado. O gigante deus flamejante atinge o chão, e as chamas nele se espalham por todo lugar. Ressaltando para cima, o gigante deus de chamas também segue em direção ao corredor.

O corredor é um caminho estreito. É impossível para Kamijou se livrar de Innocentius correndo sozinho.

"...!"

Kamijou olha para a entrada para as escadas de emergência, e o número indica que esse é o segundo andar.

*BOOM!* Innocentius continua se jogando para frente, pretendendo arrancar a mão direita de Kamijou fora. 63




"WOOO... OOO!"

Kamijou não usa sua mão direita, e nem se joga para trás; ele escolhe pular das grades do segundo andar.

Após pular delas, ele percebe um chão de concreto, e muitas bicicletas estacionadas ali.

"UWA... AAAAAAHHHHHHHHH!!"

Embora ele, por sorte, tenha caído no espaço entre as bicicletas, ainda assim é um chão duro. Mesmo quando ele dobra seus joelhos para absorver o impacto, um som arrepiante pode ser ouvido dos tornozelos de Kamijou. Embora o segundo andar não seja alto o suficiente para causar quaisquer fraturas, parece que ele torceu seu tornozelo.

*BOOM!* O som de chamas absorvendo oxigênio pode ser ouvido novamente sobre ele.

"!"

Kamijou rola no chão e até manda algumas bicicletas pra longe. Porém, nada acontece.

Kamijou, inadvertidamente, olha para cima.

Innocentius está se segurando fortemente nas grades do segundo andar, soltando sons estrondosos e observando Kamijou. Porém, parece estar sendo bloqueado por algum muro invisível, como se não pudesse seguir Kamijou.

Parece que as runas foram apenas colocadas dentro do dormitório. Por ter deixado o prédio, ele pode escapar das mãos flamejantes de Stiyl.

Vendo essas regras, Kamijou entende ainda mais sobre esses mecanismos "invisíveis" que os magos usam. O inimigo não é como um mago de RPG, que pode fazer qualquer coisa só por ler algumas mágicas. Como os poderes esper, que Kamijou está bem familiarizado, mágica também tem suas próprias regras.

Kamijou respira.

Após escapar desse perigo, Kamijou sente que todas as suas forças foram minadas de seu corpo. Kamijou não pode fazer nada além de sentar no chão, não pelo medo, mas sim por causa de uma fraqueza que é similar a fadiga.

"Ah sim... Chamar a polícia..."

Kamijou murmura a si mesmo. Por que ele não pensou em chamar a polícia? A "polícia" na Cidade Acadêmica é uma força especial que tem como objetivo específico de combater espers, então Kamijou não teria que agir como um tipo de guerreiro kamikaze; ele pode simplesmente entregar esse caso para a polícia.

Kamijou procura em seu bolso antes de se lembrar de que ele destruiu seu celular essa manhã.

Kamijou então se vira para ver a estrada, procurando por qualquer sinal de telefone público.

Não correr daqui... 64




Não correr daqui...

"... Você quer dizer que mesmo se eu descer ao inferno, você me acompanharia lá?"

Mas as palavras de Index estão gravadas no coração de Kamijou.

Ele claramente não fez nada de errado... Ele não deve ter feito nada de errado...

Mesmo quando Index estava enfrentando esse cenário similar, ela propositalmente escolheu voltar aqui para procurar por Kamijou Touma. Mas Kamijou Touma não pensa mesmo que ele deveria ir para o inferno com alguém que ele conheceu por meros 30 minutos.

"Droga... Eu não quero mesmo segui-la até o inferno...”.

Kamijou sorri.

"... Parece que eu só vou ter que tirá-la de lá!"

Nesse momento, é certo dizer que ele deveria acreditar nela.

Qual é o sentido de se preocupar em como a mágica funciona? Qual é o sentido de se preocupar com o que está acontecendo no ar invisível? Como escrever um SMS, ele realmente precisa dar uma olhada no diagrama?

"... Pensando nisso, não é nada mesmo!"

Desde que ele saiba o que fazer, por que não tentar?

Mesmo se ele falhar no final, pelo menos é melhor do que não fazer nada.

*BOOM!* O trinco de metal, queimado em uma cor amarelo-dourada, cai, e Kamijou desesperadamente rola no chão.

Mesmo embora ele, friamente, tenha decidido sobre isso, ele teria que encarar aquele gigante deus flamejante primeiro antes de salvar Index.

A questão mais prática seria essa: Como ele vai cuidar dessas dezenas de milhares de pedaços de runas? Ele pode arrancá-las todas?

"... Pensando nisso, por que o alarme de incêndio não tocou mesmo após tudo isso?"

Ele está apenas resmungando- Mas por um instante, Kamijou Touma pausa.

Alarme de incêndio?

Todos os alarmes de incêndio dentro da construção tocam ao mesmo tempo.

“?"

Um som alto que parece como o de uma sirene aérea faz com que Stiyl desesperadamente olhe pra cima. 65




Em um mesmo instante, todos os sprinklers no teto deixam chuva artificial cair como um tufão. Stiyl inicialmente dá ordens para Innocentius evitar os alarmes, temendo que os sistemas anti-incêndio o afetassem. Então, teria Kamijou Touma acionado o alarme manualmente?

Ele realmente pensa que isso pode extinguir as chamas de Innocentius?

"..."

Era uma tática tão estúpida que Stiyl não conseguia rir, mas era o contrário, ele estava bem infeliz, porque ele estava encharcado. Ele observa irritadamente à cor vermelha do equipamento de alerta.

É fácil fazer o alarme tocar, mas é difícil de pará-lo a partir dai. Embora praticamente não tenha ninguém dentro do dormitório, essa situação irá ficar muito mais delicada no momento que os bombeiros chegarem.

"... Hmph..."

Stiyl olha em volta, e decide levar Index antes de fazer qualquer outra coisa. Além disso, ele está ali apenas para buscar Index, e ele não deveria ter se embaraçado tanto em matar Kamijou. Além disso, antes que os bombeiros possam chegar, aquele fedelho, provavelmente, ganharia um abraço quente de Innocentius, que pode automaticamente derrubar um inimigo, e então ele se tornaria cinzas pretas ou brancas.

...Pensando nisso, será que o elevador parou de funcionar?

Ele ouviu antes que em situações de emergência, o elevador iria parar de funcionar. Isso deixa Stiyl ainda mais apurado; Pelo fato de que esse é o sétimo andar, carregar uma garota imobilizada pelas escadas seria realmente cansativo.

Nesse momento, *DING*, um som como o de um micro-ondas pode ser ouvido de trás. Stiyl suspira aliviado, pensando que o elevador ainda funciona.

Porém, ele de repente percebe.

Quem? Quem estaria usando o elevador agora?

Nessas férias de verão, os estudantes deveriam estar fora, então o dormitório dos estudantes deve estar praticamente vazio; ele confirmou isso antes. Além disso, quem, nesse momento, precisaria pegar o elevador?

Um som ruidoso pode ser ouvido de trás- o som das portas do velho elevador se abrindo. Após isso, *POW*, um passo pode ser ouvido. Apenas esse som em especial, esse passo após passo no chão que está encharcado pelos sprinklers, ecoa por todo o corredor.

Stiyl lentamente vira sua cabeça.

Nem ele sabe por que seu corpo está tremendo levemente.

Kamijou Touma estava ali.

... O que está acontecendo? Innocentius persegue os inimigos até o fim; onde ele foi? 66




A mente de Stiyl continua a se confundir. Innocentius é como o último modelo de mísseis para caças; uma vez com o alvo travado, ele nunca se desviará de seu alvo. Não importa onde for... O corpo flamejante de 3000 graus Celsius iria continuar a seguir em direção ao inimigo, e qualquer muro, obstáculos, e até metal no caminho será derretido. Ficar correndo pelo prédio não vai despistar Innocentius e evitar sua perseguição.

Porém, Kamijou Touma estava ali.

E, além disso, ele está com uma expressão sem igual.

"... Essa coisa chamada de runa tem que ser 'gravada' nos muros e chão, certo?"

Se banhando na gelada chuva artificial, Kamijou diz,

"Estou mesmo impressionado! Você é bom. Se suas runas fossem gravadas na parede com uma faca, eu não teria chance de ganhar; você pode se gabar disso com os seus amigos."

Após dizer isso, Kamijou Touma levanta seu pulso direito e, com seu dedo indicador, aponta para o teto.

O teto. Os sprinklers.

"... Como é possível?! Um corpo flamejante de 3000 graus Celsius, como pode ser extinto por água assim?”

"Idiota! Não tem nada a ver com as chamas! Por que não pensa nessas coisas estranhas que você colou na casa de outras pessoas?"

Stiyl se lembra. As dezenas de milhares de "runas" dentro do dormitório foram todas feitas em papel impresso.

Uma vez que o papel toque a água, ele irá se tornar mole- algo que até crianças no jardim de infância saberiam.

Por usar os sprinklers para causar uma inundação com água na construção inteira, qual seria o motivo de ainda mais runas? Não há por que causar um grande suor no prédio; todos os pedaços de papel seriam arrasados quando ele pressionasse um botão.

"... INNOCENTIUS!"

Mas quando Stiyl grita isso, o deus gigantesco de fogo sobe pelo corredor, e chega atrás de Kamijou. As portas do elevador derretem como um doce.

A chuva atinge o corpo flamejante, soltando um som de vapor, como uma besta rosnando.

"HA... HAHA... HAHAHAHAHA! Você é bom! Você é mesmo um gênio de batalha! Mas você não tem experiência! Papel de impressão não é como papel higiênico; não é tão fraco a ponto de ficar totalmente estragado após ficar úmido!"

O mágico abre seus braços, rindo loucamente como uma explosão.

Após o mágico dar a ordem "mate-o", Innocentius balança seu braço como um martelo. 67




"Pare de incomodar."

Kamijou diz apenas três palavras, sem mesmo virar sua cabeça.

Ele balança a mão para trás, e a mão direita que tocou no gigante deus flamejante solta um som divertido enquanto o corpo flamejante explode.

"O QUE?!"

Nesse momento, o coração de Stiyl Magnus quase para.

Innocentius, que se espalhou por todo o lugar, não revive. Os pedaços de carne parecidos com óleo estão espalhados por todo o chão, lentamente se movendo.

"COMO... COMO É POSSÍVEL?! POR QUE ISSO ACONTECEU? PAPEL DE IMPRESSÃO NÃO DEVERIA SER ARRUINADO ASSIM TÃO FÁCIL...!"

"Mas e a tinta?"

Kamijou diz.

Stiyl sente como se tivesse demorado cinco anos para as palavras de Kamijou alcançarem seus ouvidos.

"Mesmo se o papel de impressão não for estragado, a tinta não sairia se o papel fosse molhado?"

Kamijou diz lentamente,

"Hm, vendo isso, parece que há um buraco ali!"

Os fragmentos de Innocentius se movem sobre o chão.

Mas com os sprinklers espirrando essa chuva artificial, a carne negra se dissolve no fino ar. Nesse grande batismo na chuva, toda a tinta os papéis que foram colados por todo o canto dessa construção está sendo levada pela água, e o poder do gigantesco deus de chamas evapora pouco a pouco.

"Esses pedaços de carne evaporam pouco a pouco... e finalmente, até o último pedaço se torna se forma."

"INNOCENTIUS...!"

A voz do mago agora é como se ele estivesse falando no telefone após a ligação cair.

"E, bem, agora, tudo o que sobrou é...”.

As palavras de Kamijou fazem o mágico tremer.

Os pés de Kamijou Touma dão um passo a frente.

"Inno... Centius..."

O mago continua a chamar, mas o mundo não lhe dá uma resposta. 68




Os pés de Kamijou Touma continuam a se mover em direção a Stiyl Magnus.

"INNOCENTIUS... INNOCENTIUS...!"

O mágico continua gritando, mas o mundo não muda.

Os pés de Kamijou Touma agora estão correndo até Stiyl Magnus como uma bala.

"Cinzas para cinzas...! Pó para pó! Delicado sangrento crucifixo!"

Agora o mago começa a clamar, mas esqueça sobre o gigante deus de fogo; mesmo as espadas de fogo não vão aparecer.

Os pés de Kamijou Touma finalmente alcançam Stiyl Magnus. Mas Kamijou não para, ao invés disso continua a se mover para frente.

Ele fecha seu punho.

Aquela aparentemente ordinária mão direita, uma mão direita que é completamente sem uso se não houver nenhum "fenômeno sobrenatural". Ela não pode bater em delinquentes ou aumentar pontos em testes, e não pode ajudá-lo com as garotas.

Mas pode ao menos ser usada para arrebentar o bastardo na frente dele até virar papel.

Kamijou afunda seu punho no rosto do mago.

O corpo do mago roda no ar como um fino bambu, e sua nuca atinge a grade de metal.

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